Em Vila Velha de Ródão, algumas centenas de pessoas aguardavam a chegada das canoas para ouvir a leitura de uma Carta Contra a Indiferença.
No documento, o movimento “Vogar contra a indiferença - pelos nossos rios, pelo nosso futuro”, responsável pelo protesto, apela às autoridades competentes, a nível internacional, nacional, regional e local, que defendam o Tejo e os seus alfuentes.
Exige ainda “o cumprimento da Directiva Quadro da Água, ou seja, a garantia de um bom estado das águas do Tejo", a monitorização do cumprimento permanente do regime de caudais ambientais, a recusa dos transvases do Tejo e o apoio à investigação de alternativas sustentáveis, baseadas no uso eficiente da água.
A concepção de um projecto de desassoreamento do rio, que permita a sua navegabilidade, a garantia da qualidade e quantidade de água do rio Tejo e dos seus afluentes, a restauração do sistema fluvial natural e o seu ambiente e a valorização e promoção da identidade cultural e social das populações ribeirinhas do Tejo são outras reivindicações.
O movimento reúne associações como a ProTejo, a Adenex (defesa da natureza e recursos da Extremadura), a AZU (ambiente em zonas uraníferas), a ASA (Salavessa viva), o MUNN (movimento urânio em Nisa não), a Quercus e a CerciZimbra.
A iniciativa contou ainda com o apoio da Associação de Estudos do Alto Tejo, do Geopark Naturtejo, da Rede de Cidadania por uma Nova Cultura da Água do Tejo/Tajo, da United Photo Press/2010 - Ano Internacional da Biodiversidade, e dos municípios de Nisa e de Vila Velha de Ródão.
A Carta realça que o Tejo é o elemento unificador de toda a bacia ibéria e das gentes ribeirinhas.
“As populações do Alto Tejo conseguiram sobreviver e prosperar em harmonia com o rio que lhes foi generoso no passado e que será essencial no futuro”, sublinha.
Para este movimento, “a preservação do rio Tejo é um tributo que os cidadãos devem oferecer a este património, sendo urgente assegurar que o caudal do Tejo seja o que era antigamente, acabar com a poluição que mata os peixes e envenena o ambiente e as pessoas, criar canais de passagem para os peixes nas barragens e nos açudes e acabar definitivamente com a pesca ilegal”.
Acrescentam ainda que “neste futuro não têm lugar nem o Urânio nem o Nuclear, enquanto recursos energéticos insustentáveis do ponto de vista do desenvolvimento ambiental, social e económico, que colocam em risco a segurança dos cidadãos”.
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