A fábrica de concentrados de frutas Biofun, no Fundão, comprada há oito anos por estudantes universitários, está a contrariar a crise e deverá terminar 2011 com vendas acima das expetativas, revelou à Lusa Miguel Machado, sócio da empresa.
A fábrica de concentrados de frutas Biofun, no Fundão, comprada há oito anos por estudantes universitários, está a contrariar a crise e deverá terminar 2011 com vendas acima das expetativas, revelou à Lusa Miguel Machado, sócio da empresa.
Toneladas de maçãs sem elegância para as prateleiras dos supermercados acabam por ser transportadas em camiões que fazem fila entre setembro e dezembro para encher os silos da fábrica.
Pêra e pêssego também entram, já houve experiências com cenoura e o concentrado de morango "vai ser a novidade em 2012", antecipa.
No final, das frutas resta apenas o concentrado líquido com que diversas marcas nacionais e estrangeiras fazem sumos, sidra, vinagres e outros produtos.
Boa parte do sucesso da Biofun deve-se à exportação: 80 por cento do centrado é comprado por clientes em Inglaterra, Espanha, Alemanha, Áustria e Suécia.
Os clientes estrangeiros "garantem liquidez" que permite "reduzir a dependência da banca", destaca Miguel Machado.
Desde 2009, as vendas cresceram 36 por cento e este ano podem chegar a 4,5 milhões de euros, no que será um dos melhores anos de negócio da Biofun.
São resultados "acima das expetativas", destaca o sócio, e os produtores de fruta da região e de outros pontos do país agradecem, porque podem escoar a fruta que não conseguem colocar no retalho.
A Biofun também está a estudar investimentos próprios na produção agrícola "numa vertente mais industrializada" para abastecer a fábrica.
Apesar dos números otimistas, Miguel Machado não esconde que há receios relativamente a 2012, mas a receita para evitar que a crise entre na fábrica passa "por uma gestão cada vez mais eficiente, todos os dias".
Além do novo concentrado de morango, o ano que vem deverá também consolidar a aposta iniciada em 2011 de produção para o mercado judaico.
A Biofun está certificada com os selos Portugal Kosher e da União Ortodoxa internacional, que garantem que os concentrados seguem os preceitos alimentares e podem ser usados para fabricar sumos e outros produtos de consumo pelos judeus que seguem as orientações religiosas.
Com garantia kosher, a unidade vai "começar a fornecer nichos do mercado alemão e estudar a entrada no mercado israelita e americano".
A Biofun foi adquirida há oito anos por estudantes finalistas da Universidade da Beira Interior (UBI), na Covilhã, que já trabalhavam na unidade industrial.
Havia "riscos envolvidos", mas também havia "uma maior abertura dos bancos", que permitiu "apresentar uma proposta ao ex-patrão: correu bem e hoje aqui estamos", conclui Miguel Machado.
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