Comboios: Amigos da Linha da Beira Baixa contestam substituição de locomotivas para poupar 1.5 milhões

A Associação de Amigos da Linha da Beira Baixa alerta que a qualidade do serviço na Linha da Beira Baixa vai piorar com a entrada das automotoras, prevista para o início de novembro.

  • Região
  • Publicado: 2011-10-14 07:00
  • Autor: Diario Digital Castelo Branco/Lusa

A Associação de Amigos da Linha da Beira Baixa alerta que a qualidade do serviço na Linha da Beira Baixa vai piorar com a entrada das automotoras, prevista para o início de novembro.

Segundo Hélder Bonifácio, presidente da associação, as automotoras elétricas da década de 70 "servem para trajetos urbanos curtos e não para viagens longo curso, o que se nota na suspensão menos confortável e no barulho de circulação".

Os comboios com locomotiva e carruagens vão deixar de circular entre Lisboa e a Covilhã no final do mês de outubro e vão ser substituídos por automotoras.

A alteração esteve prevista para sábado, mas a CP adiou-a por mais duas semanas por não estarem reunidas "todas as condições necessárias" para um bom funcionamento do serviço de venda automática de produtos de bar, disse fonte da empresa à Lusa.

Além da questão do conforto, a Associação de Amigos da Linha da Beira Baixa alega também que as automotoras têm uma velocidade máxima de 120 quilómetros por hora, inferior à das locomotivas elétricas 5600 que faziam o serviço entre a capital e a cidade neve.

Contactada pela Lusa, a CP salienta que a velocidade máxima na linha da Beira Baixa é de 120 quilómetros por hora e convida os amigos da linha a visitarem as novas automotoras, que vão estar abertas ao público esta sexta, na estação de Castelo Branco das 10:00 às 13:00 e na estação da Covilhã das 16:00 às 19:00.

Segundo a empresa, para além de serem mais recentes que as carruagens atuais, as três automotoras disponibilizadas foram renovadas num investimento de 600 mil euros para assegurar o serviço Intercidades na Beira Baixa.

São "naturalmente diferentes" das carruagens, mas "apresentam um nível de conforto semelhante, melhores acessibilidades, WC modernos com melhor qualidade e mais espaço, acesso a passageiros de mobilidade reduzida e o espaço de bagagem foi reforçado", destaca a empresa.

Cada unidade tem 189 lugares, sendo que "a média de passageiros por comboio Intercidades ao longo dos 2 últimos anos é de 128" por composição.

A medida insere-se na política de redução de despesa pública e sustentabilidade do serviço Intercidade entre Lisboa e a Covilhã, acrescenta a mesma fonte.

A poupança de 1,5 milhões de euros anual com a mudança deve-se "à maior eficiência energética das automotoras", o que só por si representa um corte de 400 mil euros, à redução de manobras de formação e reversão de comboios e à libertação das duas locomotivas 5600 e carruagens, sublinha.

Apesar de a mudança de material circulante ter sido adiada, já a partir de sábado haverá alterações de horários, com variações entre seis minutos a menos e 10 minutos a mais, consoante a ligação Lisboa - Covilhã (há três por dia em cada sentido).

A CP considera que vai "continuar a oferecer uma viagem agradável", pelo que "não é espectável uma perda de passageiros motivada pelo material circulante", conclui.

PUB

PUB

PUB

PUB