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Faial, a ilha azul, uma ilha de afetos Albicastrenses

A geminação que há uma década liga as populações de Castelo Branco da Beira Baixa e Castelo Branco do Faial, há muito que deixou de ser uma geminação apenas institucional.

Os Albicastrenses, de cá e além mar, estão unidos pela amizade, relação que se estende às instituições que representam, mas também às coletividades que visitam uma e outra localidade. 

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  • Publicado: 2016-07-20 07:06
  • Autor: CRISTINA VALENTE no Faial - Açores

A geminação que há uma década liga as populações de Castelo Branco da Beira Baixa e Castelo Branco do Faial, há muito que deixou de ser uma geminação apenas institucional.

Os Albicastrenses, de cá e além mar, estão unidos pela amizade, relação que se estende às instituições que representam, mas também às coletividades que visitam uma e outra localidade.

Jorge Neves, Presidente da Junta de Freguesia de Castelo Branco, da Beira Baixa, um dos impulsionadores desta geminação, considera importante o simbolismo da mesma, "face não só ao óbvio interesse local, como regional, uma vez que os nossos concelhos estão ambos longe dos grandes centros de decisão".

Lembra que desde a primeira hora, um dos desafios que se colocou foi passar dos chamados acordos de 1ª geração, iminentemente teóricos, para as geminações de 2ª geração, centradas em ações práticas transversais.

"Nunca nos faltou a ambição, engenho e a arte para que, sempre de forma responsável e razoável, conseguirmos transpor este relacionamento para outras áreas, nomeadamente de índole económica, pedagógica, lúdica, cultural e de participação cívica".

Desde a formalização da geminação, em 2006, que a mesma tem sido "alimentada" com atividades, que envolveram várias entidades.

Só este ano já se realizaram várias atividades, como em abril, um concerto de musica Coral, em Castelo Branco (Beira Baixa), onde esteve o Coral de Santa Catarina,  em termos económicos, 9 empresários faialenses estiveram presentes na Bienal do Azeite no início do mês de julho, de 8 a 11 de julho o Orfeão de Castelo Branco, participou nas comemorações do Dia da Freguesia, e em meados de agosto, estará em Castelo Branco, na Beira Baixa, a Sociedade Filarmónica Euterpe e o Grupo Etnográfico de Castelo Branco, em Setembro ou Outubro vai realizar-se mais uma atividade com as crianças, "será mais uma jornada pedagógica por vídeo conferência" afirma Jorge Neves.

"Somos institucionalmente periféricos, porque as freguesias são as instituições da administração pública portuguesa que estão mais limitadas em meios financeiros, humanos, materiais e em competências" afirma Jorge Neves, mas não são essas limitações que impedem que os intercâmbios realizados, tenham a dignidade necessária e "muito menos com o orgulho que teimamos em mostrar, nem muito menos com a vontade de lutar por objetivos e projetos que acreditamos." afirmou Jorge Neves, durante a cerimónia solene das comemorações dos 502 anos da freguesia.

Victor Pimentel, presidente da Junta de Freguesia de Castelo Branco, do Faial, considera que a geminação tem-se vindo a "cimentar" e tal como era pretendido.

A vertente cultural tem sido muito trabalhada, com a ida aos Açores de 4 representações, Váatão, Rui Alves, Grupo de Danças e Cantares da Beira Baixa e Orfeão, e a vinda também de alguns grupos, nomeadamente o Coral de Santa Catarina, na vertente a primeira experiência foi positiva admite Victor Pimentel, "os produtos que os nossos empresários apresentaram na Bienal, foram bem acolhidos, agora temos que perceber se era por ser novidade, se de facto agradaram e podem dar origem a negócios".

O objetivo dos autarcas é agora organizar uma visita de empresário de Castelo Branco, da Beira Baixa até ao faial, "estamos a estudar a possibilidade de integrar essa vinda numa das feiras que existem no concelho" afirma Victor Pimentel.

José Leonardo, presidente da Câmara Municipal da Horta, considera que os intercâmbios feitos através da geminação, devem ser cada vez mais alargados à economia.

"No futuro, estes intercâmbios devem ter a projeção económica, bem vincada. Nós recebermos cá produtos da zona de Castelo Branco [ Beira Baixa ] e haver uma oportunidade de nós, Açorianos, promovermos os nossos produtos na Beira Baixa, acho que temos brevemente que evoluir para esta situação" defende José Leonardo, autarca da Horta.

À nossa reportagem o autarca da Horta, destacou a importância, dos intercâmbios culturais entre os grupos das duas freguesias, à qual associa também a vertente económica.

"Está sempre associada a vertente económica, na promoção de Castelo Branco, da Beira Baixa, e do Faial, em termos turísticos, esta é a melhor promoção" afirmou.

No ano passado o turismo nos Açores cresceu cerca de 16%, "os Açores estão na moda", mas o objetivo dos responsáveis é continuar a crescer.

"Mas a crescer com qualidade, o que o Faial tem para oferecer é o turismo de natureza e temos que fazer uma gestão muito equilibrada deste turismo, e por isso considero estes intercâmbios como a forma de promover os Açores por valores Low Cost" afirmou José Leonardo.

Fausto de Brito e Abreu, Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia, considera "muito interessante" estas ligações entre as comunidades, partilhando assim realidades diferentes, "ficamos assim com uma melhor ideia dos problemas de outras freguesias do país e temos a noção que não somos únicos". Em termos económicos, esta partilha pode ser uma mais valia para ambas as freguesias, "ambas em territórios lindíssimos do nosso território, e esta proximidade, pode potenciar um turismo entre as populações e estimular a economia local".

Fausto de Brito e Abreu, esteve em Castelo Branco, da Beira Baixa, aquando da realização de um trabalho que estudava o Rio Tejo Internacional.

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