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Investigadores de todo o mundo no Geopark Naturtejo

Durante quatro dias o Geopark Naturtejo, Geoparque Mundial da UNESCO, acolheu, na Escola Superior de Gestão de Idanha-a-Nova, o maior evento científico internacional dedicado à Icnologia, com cerca de 150 participantes de todo o mundo, com 34 países representados. 

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  • Publicado: 2016-05-25 06:55
  • Autor: Diario Digital Castelo Branco

Durante quatro dias o Geopark Naturtejo, Geoparque Mundial da UNESCO, acolheu, na Escola Superior de Gestão de Idanha-a-Nova, o maior evento científico internacional dedicado à Icnologia, com cerca de 150 participantes de todo o mundo, com 34 países representados.

Esta reunião, pela primeira vez em Portugal, e a segunda na Europa, é o mais importante evento organizado nesta área científica da Paleontologia, organizado em colaboração com a Associação Internacional de Icnologia e o Museu Nacional de História Natural e da Ciência,refere o comunicado enviado ao Diário Digital Castelo Branco.

A recepção aos congressistas foi feita com os artesanais Geolicores Acha Doce: Minério, Entranhas da Terra e Ouro que apresentaram o território do Geopark e os seus valores naturais e tradicionais, abrindo a porta para a discussão dos mais recentes avanços sobre o registo do comportamento biológico, com oradores convidados, comunicações orais e posters, workshops apresentados por investigadores entre os quais professores das mais diversas e prestigiadas universidades internacionais, das áreas das Geociências e das Biociências, assim como diversos especialistas de Institutos de Investigação e da Indústria Petrolífera. Mesmo nas pausas dos trabalhos, os saborosos biscoitos de trilobite, Daedalus e até pedaços de solo e o bolo Cruziana da Geocakes deliciaram os congressistas.

A Associação Internacional de Icnologia atribuiu oito prémios a estudantes, pelos trabalhos submetidos ao congresso, no âmbito das suas teses de doutoramento e homenageou icnólogos falecidos recentemente, entre os quais Adolf Seilacher, responsável pela internacionalização da jazida de Penha Garcia e decisivo na candidatura do Geopark Naturtejo à Rede Global de Geoparques da UNESCO.

Na saída de campo ao Parque Icnológico de Penha Garcia, os delegados puderam conhecer um dos locais mais importantes da Icnologia portuguesa, reconhecido mundialmente, tendo sido concebida uma edição especial de GeoVinho Súbito “Cruziana de Penha Garcia, desde 1884”, que deliciou os participantes no jantar Icebreaker, juntamente com sons tradicionais da Cidade Criativa da UNESCO, num programa cultural que contou também com uma viagem histórica, num jantar medieval na Feira Medieval de Monsanto e com um já habitual jogo de futebol entre icnólogos no pavilhão gimnodesportivo na Escola Básica e Secundária José Silvestre Ribeiro.

As excursões pré- e pós-congresso, coordenadas por Carlos Neto de Carvalho e organizadas pela equipa do Geopark Naturtejo em conjunto com professores portugueses e espanhóis, percorreram todo o país, contando ainda com uma abordagem transfronteiriça, com extensão a algumas localidades da raia espanhola. Foi publicado um volume especial revista Comunicações Geológicas: “Icnologia de Portugal e Transfronteiriça”, dedicado ao registo fóssil da evolução do comportamento em Portugal, que reuniu os maiores especialistas sobre o tema.

Este congresso contou com os apoios da Naturtejo, empresa intermunicipal de turismo, dos municípios de Idanha-a-Nova e de Oleiros, do Instituto Politécnico de Castelo Branco, da Escola Superior de Gestão de Idanha-a-Nova, do Turismo Centro de Portugal, da Associação Portuguesa de Geólogos, da Scutvias, dos Cafés Delta, do Centro de Ciência Viva de Lagos e do Centro de Interpretação Geológica de Canelas.

Segundo Carlos Neto de Carvalho, presidente da comissão executiva do congresso internacional e coordenador científico do Geopark, este evento veio afirmar a relevância científica de jazidas icnológicas, como Penha Garcia e Serra do Muradal, veio também aprofundar parcerias científicas e institucionais, nacionais e internacionais e reforçar a necessidade de dar continuidade ao estudo, protecção e valorização do património geológico.