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Fundão: Grupo Canora Turba abre Festival de Castelo Novo sexta-feira

O Festival de Música Antiga de Castelo Novo, "Ventos Noturnos", que se realiza naquela freguesia do Fundão, a partir de sexta-feira, procura a “reconstituição do passado” musical, anterior ao século XIX, e conta com protagonistas dessa pesquisa.

  • Cultura
  • Publicado: 2016-07-25 19:17
  • Autor: Diario Digital Castelo Branco/Lusa

O Festival de Música Antiga de Castelo Novo, "Ventos Noturnos", que se realiza naquela freguesia do Fundão, a partir de sexta-feira, procura a “reconstituição do passado” musical, anterior ao século XIX, e conta com protagonistas dessa pesquisa.

“Ao longo de três dias", de 29 a 31 de julho, "serão realizados vários espetáculos, nos quais surgirão compositores e obras, interpretados à luz das práticas dos períodos medieval, renascentista e barroco, em instrumentos ou cópias de instrumentos originais, procurando reproduzir, nos nossos dias, as sonoridades do passado”, afirma a organização, em comunicado enviado à agência Lusa.

A programação conta, entre outros, com os agrupamentos Canora Turba, Os Músicos do Tejo e o ensemble Sanstierce, da investigadora e cantora alemã Maria Jonas, conhecedora do repertório medieval e sefardita.

“A dança no barroco”, em torno da Suite Orquestral em Dó Maior (BWV 1066), de Johann Sebastian Bach, com coreografia de Isabel Gonzaga, pelo grupo Canora Turba, abre o festival, na próxima sexta-feira, às 22:00, nos Jardins da Quinta do Alardo.

O espaço cénico é de Bruno Cochat, e os bailarinos são Alexandra Campos, Sandra Correia, Bruno Cochat, Raquel Fragoso, Ruben Saints e Isabel Gonzaga.

Segundo a organização, “nas últimas décadas temos assistido a um crescente interesse pela música do passado, em especial pela música escrita antes do século XIX”.

A mesma fonte dá conta do “trabalho intenso de musicólogos, de construtores de instrumentos e de intérpretes”, que levou “à redescoberta de um repertório, de compositores e de instrumentos, cuja memória, em muitos casos, se perdeu na noite dos tempos”.

Este trabalho tem “revelado uma riqueza extraordinária e conduziu progressivamente, através de muita investigação, a uma prática interpretativa que se aproxima dos ideais cultivados em cada época”, e é neste contexto que se insere o Festival de Música Antiga de Castelo Novo, que se realiza pelo quarto ano sucessivo.

Além do espetáculo de dança barroca, o programa do Festival inclui ainda, no sábado, às 15:30, na igreja matriz, um recital de flauta de bisel e dois cravos, numa “viagem sonora através da música dos séculos XVI, XVII e XVIII", pel’Os Músicos do Tejo.

As flautas de bisel estarão a cargo de António Carrilho, enquanto os cravistas são Marcos Magalhães e Marta Araújo.

Ainda no sábado, também neste templo, mas às 22:00, o ensemble Sanstierce apresenta “Chansons de femmes”, ao qual a organização se refere como “uma viagem sonora e visual ao universo medieval, num espetáculo de música, luz e multimédia", numa coordenação de cena de Rúben Saints.

O grupo foi formado em 2014, em Colónia, na Alemanha, por Maria Jonas (voz), Dominik Schneider (flauta e quinterna, cordofone de influência moura que remonta ao século XIII) e Bassem Hawar (djoze, instrumento árabe apontado como dos mais antigos da História da Música).

O recital é constituído por canções femininas medievais europeias e sefarditas, de autoria de compositores anónimos do século XII, a par de Beatriz de Dia, Azalais de Porcairague, Martín Codax e, também, da própria Maria Jonas.

No último dia do festival, domingo, realiza-se, na capela da Misericórdia, às 11:00, uma “masterclass” sobre o canto medieval, orientada por Maria Jonas e pelo professor, musicólogo e tangedor de alaúde Pedro Rafael Costa, intitulada “a poesia, a música medieval e a sua interpretação na atualidade”,

O concerto de encerramento, “Il canto nel settecento”, às 15:00 na igreja matriz, é protagonizado pelas sopranos Ana Paula Russo e Ariana Moutinho Russo, acompanhadas, em cravo e órgão, por Sérgio Silva.

O programa do concerto é composto por obras de Michel Richard Delalande, João Rodrigues Esteves, G.F. Handel, Giovanni Battista Pergolesi, J.S. Bach e J. Haydn.

O Festival, sob a direção artística de Pedro Rafael Costa, reflete a busca da prática interpretativa historicamente informada, com as referências atuais, tendo em conta a “redescoberta e construção de instrumentos que, em alguns casos, apenas sobreviveram à passagem dos séculos em gravuras ou manuais de organologia”.

“Com os instrumentos construídos na sua plenitude original, tocados com uma interpretação rigorosa de época, obtemos uma reconstituição esplendorosa dos ambientes sonoros dos séculos que nos precederam”, afiança a organização.

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