A Cooperativa Portuguesa do Medronho (CPM), com sede em Proença-a-Nova, no distrito de Castelo Branco, quer criar escala e valor acrescentado para este fruto, atualmente usado em cerca de 90% na produção de aguardente.
A Cooperativa Portuguesa do Medronho (CPM), com sede em Proença-a-Nova, no distrito de Castelo Branco, quer criar escala e valor acrescentado para este fruto, atualmente usado em cerca de 90% na produção de aguardente.
"Um dos objetivos da CPM passa pela valorização do medronho, fruto que hoje é usado quase exclusivamente, cerca de 90%, para produção de aguardente", disse esta 6ª-feira o vice-presidente da cooperativa, Carlos Fonseca.
A CPM reúne no sábado em assembleia geral extraordinária para eleger a nova direção, aprovar o plano de atividades para os próximos três anos e proceder à admissão de mais de três dezenas de cooperantes.
Carlos Fonseca, até agora vice-presidente, vai passar a liderar a CPM e vai ter como vice-presidente o autarca do Fundão, Paulo Fernandes.
Este responsável explicou que o medronho é uma das culturas que tem sofrido uma grande procura ao abrigo dos novos incentivos para jovens agricultores em territórios de baixa densidade.
"Daqui a quatro ou cinco anos, a capacidade de produção deste fruto irá aumentar significativamente", disse.
Nesse sentido, Carlos Fonseca adiantou que a CPM associou-se a várias instituições de ensino superior (universidades e politécnicos) que estão a desenvolver investigação sobre o medronho, "para criar valor acrescentado, como produção do fruto fresco, compotas e geleias ou ainda por via da sua utilização na cosmética e na medicina".
"A ideia é organizar a cooperativa com o objetivo de encontrar outros valores que não a [produção] aguardente, que é hoje uma almofada para os produtores", explicou.
Os quatro ou cinco anos que as novas culturas de medronheiros vão demorar até produzirem o fruto vão ser aproveitados para investir na investigação para que, na altura da produção do fruto, haja outras soluções para o medronho.
Aliás, Carlos Fonseca sublinhou que o medronho é neste momento o fruto mais estudado em Portugal, com oito instituições de ensino superior a dedicarem-se à sua investigação.
A CPM, criada em abril em 2014, conta com 19 cooperantes, sendo que a partir de sábado vai passar a contar com 50.
Contudo, o objetivo passa por atingir os 60 ou 70 cooperantes até ao final do ano e aumentar esse número para a centena daqui a três anos.
Atualmente, em Portugal, há mais de 150 hectares de plantação ordenada de medronheiros, sobretudo nas zonas da Pampilhosa da Serra, Oleiros, Proença-a-Nova, Ansião ou Penacova.
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