O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, disse ontem esperar que a economia portuguesa recupere de forma “expressiva” a partir de 2013, depois de para este ano e o próximo o Governo prever uma contração.
O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, disse ontem esperar que a economia portuguesa recupere de forma “expressiva” a partir de 2013, depois de para este ano e o próximo o Governo prever uma contração.
“As projeções apontam para a contração económica neste ano e no próximo seguida de uma recuperação expressiva apenas em 2013”, afirmou Vítor Gonçalves, em conferência de imprensa no Ministério das Finanças.
Depois de em 2010 o Produto Interno Bruto (PIB) ter crescido 1,3 por cento, em 2011 e em 2012 o Governo espera recuos de 2,3 e 1,7 por cento, respetivamente, mas já a partir de 2013 prevê que a economia volte a animar.
“A partir de 2013, o crescimento que prevemos é positivo. Esperamos alguma aceleração da atividade económica nos anos seguintes”, acrescentou Vítor Gaspar.
Para estes resultados vai contribuir a queda da procura interna, de 5,8 por cento em 2011 e 4,0 por cento em 2012, segundo o cenário macroeconómico do Ministério das Finanças, apresentado hoje.
“Este ajustamento resulta de uma alteração do padrão do consumo das famílias em resultado das medidas de consolidação orçamental, das restrições de financiamento e do aumento do desemprego”, justificou Vítor Gaspar.
Igualmente significativa será a queda do investimento público, de 6,1 e 5,3 por cento em 2011 e 2012, respetivamente.
Já as exportações continuarão a ter um “contributo positivo”, servindo de alavanca à economia portuguesa, esperando o gabinete liderado por Vítor Gaspar um crescimento destas de 6,7 por cento este ano, que se reduzirá ligeiramente para 5,6 por cento em 2012.
Já as importações deverão cair 4,8 por cento este ano e 1,3 por cento no próximo, contribuindo neste caso para a “gradual correção dos atuais desequilíbrios macroeconómicos externos”, acrescentou Vítor Gaspar.
Em 2010, as exportações de bens e serviços aumentaram 8,8 por cento, enquanto as importações cresceram 5,1 por cento.
Quanto à inflação, esta deverá atingir os 3,5 por cento este ano e 2,3 por cento em 2012, em ambos os casos acima dos 1,4 por cento registados em 2010.
No mercado laboral, o Governo prevê o aumento do número de desempregados. Em 2011 a taxa de desemprego deverá ficar nos 12,5 por cento, acreditam as Finanças, subindo para os 13,2 por cento em 2012.
No ano passado, 10,8 por cento da população ativa estava desempregada.
O investimento (que origina a Formação Bruta de Capital Fixo) deverá cair 10,3 por cento em 2011 e 5,1 por cento em 2012. Já no ano passado, este apresentou um comportamento negativo, ao ceder 4,9 por cento.
Vítor Gaspar disse ainda que este “cenário deve ser encarado com especial prudência” devido à incerteza “associada a fatores de ordem interna e externa”.
O governante adiantou três razões principais que podem levar a alterações nas projeções hoje divulgadas: uma “redução mais significativa do consumo privado”, um “eventual agravamento adicional das condições de financiamento da economia portuguesa” e uma “evolução menos favorável da procura externa em resultado de um menor crescimento económicos dos principais parceiros comerciais de Portugal”.
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