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Sindicalistas querem plano estratégico de curto, médio e longo prazo para o interior

O secretário-geral da CGTP defende ser necessário um plano de curto, médio e longo prazo para o interior, que integre uma perspetiva de desenvolvimento do país e medidas que invistam nas pessoas e promovam o trabalho.

  • Economia
  • Publicado: 2018-11-06 08:17
  • Autor: Diario Digital Castelo Branco/Lusa

O secretário-geral da CGTP defende ser necessário um plano de curto, médio e longo prazo para o interior, que integre uma perspetiva de desenvolvimento do país e medidas que invistam nas pessoas e promovam o trabalho.

"O que nós hoje precisamos não é um plano a curto prazo, é de um plano estratégico de curto, médio e longo prazo. Nós temos a consciência de que não é possível no espaço de três, quatro, cinco anos dar resposta a problemas que o país teve durante 20, 30, 40 anos, mas também temos a convicção que se se estabelecer um plano de curto prazo, e depois de médio e longo prazo, nós podemos paulatinamente construir um percurso para lá chegar", referiu Arménio Carlos.

O sindicalista falava no Fundão, distrito de Castelo Branco, onde ao longo de todo o dia participou na conferência distrital subordinada ao tema "Desenvolver o Interior", organizada pela União de Sindicatos de Castelo Branco.

Durante a sessão de encerramento, o secretário-geral da CGTP reiterou que é preciso aprender com os erros e evitar a "conceção economicista" do funcionamento e construção do país, que levou ao encerramento de serviços e à consequentemente perda de população.

"A pretexto de haver menos gente encerravam-se mais serviços públicos e a pretexto de haver mais encerramentos de serviços públicos e menos emprego havia maior desertificação porque as pessoas eram obrigadas a sair", disse, frisando que é preciso inverter esse ciclo.

Para o sindicalista, a questão da coesão económica, social e territorial deve ser sinónimo de uma "visão de solidariedade de todo o país" e o combate à desertificação e às assimetrias tem de passar por "investir nas pessoas".

"Não há nenhuma região do país que se desenvolva sem pessoas", sustentou.

Segundo referiu, só com o repovoamento é que algumas apostas estruturais podem ter êxito, nomeadamente a da reflorestação, cuja necessidade se tornou mais evidente após a tragédia dos incêndios de 2017.

O líder da CGTP também não esqueceu a questão do trabalho e salientou que a grande medida que falta na promoção e valorização do interior passa pela "centralidade do emprego".

"As pessoas não vêm para o interior se não tiverem emprego, em primeiro lugar. Segundo, se não tiverem estabilidade e segurança e se não tiverem rendimentos adequados para poderem estabilizar e organizar a sua vida".

Lembrando que "ninguém hoje dá um passo se porventura não tiver garantias que pode melhorar as suas condições de vida", Arménio Carlos considerou que tal se pode concretizar "das mais diversas formas" e não apenas pela via dos impostos.

Neste ponto, reivindicou ainda uma rutura com a atual legislação laboral, de modo a contribuir para a demografia e para o necessário aumento da natalidade.

"Não há aumento da demografia, nem aumento da natalidade, enquanto os nossos jovens continuarem a passar a vida dois, quatro, seis, dez, quinze, vinte anos com vínculo precário, em que sabem que são contratados hoje, mas não têm certeza se amanhã são despedidos", concluiu.

 

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