A Câmara Municipal de Idanha-a-Nova manifestou a sua posição contra o prolongamento da vida da Central Nuclear de Almaraz para lá de 2020, com a organização de uma conferência, ontem, em parceria com a eurodeputada Ana Gomes. A iniciativa relançou o debate público sobre os perigos desta ‘bomba-relógio’, situada a menos de 100 km da fronteira portuguesa.
A Câmara Municipal de Idanha-a-Nova manifestou a sua posição contra o prolongamento da vida da Central Nuclear de Almaraz para lá de 2020, com a organização de uma conferência, ontem, em parceria com a eurodeputada Ana Gomes. A iniciativa relançou o debate público sobre os perigos desta ‘bomba-relógio’, situada a menos de 100 km da fronteira portuguesa.
A partir de Termas de Monfortinho, junto da fronteira com Espanha, a eurodeputada apelou à mobilização das comunidades portuguesas e espanholas, em particular as populações raianas, contra o prolongamento do funcionamento de uma Central que é “uma ameaça muito real”.
“Vamos acordar as populações de Portugal e Espanha para se mobilizarem os governos a não retirarem esta questão da agenda”, afirmou Ana Gomes, felicitando a Câmara de Idanha-a-Nova, na pessoa do seu presidente Armindo Jacinto, pela organização desta conferência.
O autarca lembrou que Idanha-a-Nova, à semelhança dos restantes municípios portugueses, “não foi chamada a pronunciar-se sobre a instalação da Central Nuclear de Almaraz, mas agora é o momento crucial para dizermos não à sua continuidade para além de 2020”, a data de encerramento que está determinada.
A preocupação cresce com a decisão do governo espanhol de construir um armazém para resíduos nucleares na Central de Almaraz, a mais antiga do país, prevendo-se a renovação da licença para funcionar mais 40 anos.
“Este é o momento decisivo para fazermos ouvir a nossa voz, numa altura em que os países europeus têm de discutir os seus planos energéticos. As pessoas têm de ser ouvidas”, disse Armindo Jacinto, alertando que “Almaraz é uma ‘bomba-relógio’ que temos à nossa porta”.
O debate público em torno do futuro desta Central Nuclear, que tem tido vários problemas de funcionamento, reuniu responsáveis do poder local, eurodeputados, responsáveis da Comissão Europeia, especialistas do nuclear e ambientalistas de Portugal e de Espanha, académicos e outros representantes da sociedade civil. Os jornalistas Fernanda Gabriel e Diego Carcedo foram os moderadores.
A Comissão Europeia esteve representada por Massimo Garribba, da Direção-Geral de Energia, que escutou a posição firme dos participantes: a exigência do encerramento da Central Nuclear de Almaraz em 2020.
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