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Marcelo condecorou Manuel Cargaleiro

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condecorou hoje, no Palácio de Belém, o "artista completo" Manuel Cargaleiro, no dia do seu 90.º aniversário, com a Grã-Cruz da Ordem do Infante Dom Henrique.

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  • Publicado: 2017-03-16 14:53
  • Autor: Diario Digital Castelo Branco/Lusa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condecorou hoje, no Palácio de Belém, o "artista completo" Manuel Cargaleiro, no dia do seu 90.º aniversário, com a Grã-Cruz da Ordem do Infante Dom Henrique.

A condecoração foi "uma surpresa" para o mestre Cargaleiro, que não esperava, pois foi guardada em segredo pela Presidência da República até ao momento da entrega, no exato dia do aniversário, e o artista mostrou-se "muito feliz" com a homenagem.

"Foi um artista completo em tudo, e até no acesso da democracia às artes plásticas, com a aposta na gravura", declarou Marcelo Rebelo de Sousa, na sessão solene, sobre as múltiplas facetas artísticas de Cargaleiro, que se tem dedicado não só à pintura, mas também à cerâmica, gravura, desenho, azulejo e tapeçaria.

Nascido em Vila Velha de Ródão, no distrito de Castelo Branco, Manuel Cargaleiro tem uma vasta obra em coleções públicas e privadas em Portugal e outros países, como França e Itália.

Executou vários trabalhos de arte pública, nomeadamente painéis cerâmicos para o Jardim Municipal de Almada, a fachada da Igreja de Moscavide, estação do Metro de Champs Elysées-Clémenceau, em Paris, o painel para a escola com o seu nome no Seixal, a fonte no Parque da Cidade de Castelo Branco, e a estação Colégio Militar do Metro de Lisboa.

Na sessão, no Palácio de Belém, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que as cidades do país "têm a marca [de Cargaleiro], uma marca portuguesa, desta arte, da qual se tornou um dos expoentes", comentando que era injusto, no entanto, que fosse conhecido sobretudo como ceramista, “tão vasta é a sua obra noutras disciplinas artísticas”.

O Presidente da República considerou Cargaleiro "um grande artista português", e disse que celebrar o seu 90.º aniversário "é também revisitar uma parte importante das nossas memórias visuais e afetivas".

Confessando-se "um grande admirador, de longas décadas", do artista, Marcelo Rebelo de Sousa agradeceu ainda a Cargaleiro ter deixado "a marca da portugalidade" em Paris, onde Cargaleiro tem residência, além de Lisboa.

"Tornou-se, e é, um dos nossos artistas fundamentais, por isso o Estado português o homenageia e condecora", justificou o Presidente da República, abraçando o artista no final do discurso, dizendo-lhe ainda: "Está ótimo. A inveja que eu tenho da sua forma".

Em declarações aos jornalistas no final da sessão, Manuel Cargaleiro disse que continua a trabalhar "todos os dias" e a "dar uns passeios".

"Gosto muito de vir a Portugal e de viajar pelas cidades", disse o artista, acrescentando que a luz do país e outros motivos que encontra nas suas viagens são fonte de inspiração contínua nos seus trabalhos.

"Não estava nada à espera. Estou muito feliz por o Presidente da República me ter concedido esta homenagem", comentou ainda Manuel Cargaleiro, que iniciou os estudos em 1946, na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, mas que abandonou para se dedicar às artes plásticas, iniciando-se como ceramista na Fábrica Sant'Anna, em Lisboa.

Em 1952 fez a primeira exposição individual, na Sala de Exposições do Secretariado Nacional da Informação Cultura Popular e Turismo (SNI).

Na década de 1950, foi bolseiro do Instituto de Alta Cultura, em Itália, onde estudou cerâmica, e da Fundação Calouste Gulbenkian, em Paris, onde passou a residir desde 1958.

Parte da sua obra encontra-se em exposição permanente no Museu Cargaleiro, em Castelo Branco, onde se concentra a coleção da Fundação Manuel Cargaleiro.

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