Situação de seca “regrediu bastante” mas mantém-se preocupante no sul do país

O sul do país e as regiões junto à fronteira estão ainda em seca severa, disse o ministro do Ambiente, indicando que, no geral, a situação da seca “regrediu bastante” em comparação ao final do ano hidrológico.

  • País
  • Publicado: 2018-02-09 06:14
  • Autor: Diario Digital Castelo Branco/Lusa

O sul do país e as regiões junto à fronteira estão ainda em seca severa, disse o ministro do Ambiente, indicando que, no geral, a situação da seca “regrediu bastante” em comparação ao final do ano hidrológico.

“Não há, neste momento, nenhuma bacia hidrográfica com territórios em seca extrema, reduziu-se a zero, mas há ainda bacias hidrográficas com uma situação de seca severa”, afirmou João Matos Fernandes, no final da reunião da Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da Seca, que decorreu em Lisboa.

Em declarações à agência Lusa, o governante adiantou que “a situação da seca regrediu bastante quando comparada com o final do ano hidrológico e até mesmo com o mês de novembro”.

O início do ano hidrológico acontece a 01 de outubro, por um período de 12 meses compreendido entre o início de duas estações de chuva consecutivas – outono e inverno.

De acordo com o ministro do Ambiente, o fenómeno da seca “é muito heterogéneo no país”.

“Existe uma única bacia hidrográfica, neste momento, que, por exemplo, tem mais água do que a média. É a bacia hidrográfica do Mondego, onde exatamente houve os maiores problemas do lado do consumo humano no último verão, porque Fagilde - a barragem que serve Viseu - está nessa mesma bacia hidrográfica”, avançou o governante.

Sobre o plano de contingência contra a seca, João Matos Fernandes assegurou que “todo o calendário das medidas assumidas está a ser cumprido”, desde a limpeza dos fundos das barragens às ligações a partir do Alqueva para outras albufeiras.

Neste âmbito, o ministro do Ambiente indicou que as previsões meteorológicas, por parte do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), referem que “sobretudo no final de fevereiro / início de março são esperadas chuvas em quantidade até superior à média desta mesma época”.

“Temos a certeza de que estamos a fazer tudo o que está ao nosso alcance. Temos a certeza de que estamos a gerir a água da melhor forma possível. Temos também consciência de que, do lado de lá, isto é do lado dos utilizadores, as pessoas, as industrias, a agricultura têm que perceber que se têm que adaptar, têm que consumir cada vez menos água e é muito evidente, no caso de hoje da agricultura, que o uso da água que é feito é um uso cada vez mais racional e cada vez mais ponderado”, declarou o governante.

Em 31 de janeiro, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) informou que o mês de dezembro de 2017 em Portugal continental classificou-se como seco, sendo o nono mês consecutivo com valores de precipitação abaixo do normal.

“Nos últimos sete anos, o valor médio da quantidade de precipitação em dezembro tem sido sempre inferior ao valor normal, e nos últimos 17 anos apenas nos dezembros de 2002, 2009 e 2010 ocorreram valores de precipitação acima da normal”, referiu o IPMA, em comunicado.

No entanto, segundo o IPMA, em dezembro verificou-se um desagravamento da situação de seca meteorológica em todo o território e em particular na Região Norte.

“No final do mês de dezembro, 6% do território estava em seca extrema, 58% em seca severa, 29% em seca moderada e 6% em seca fraca”, adianta o IPMA.

PUB

PUB

PUB

PUB