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Volta a Portugal: Samuel Caldeira conhece a sensação de vencer em Castelo Branco

Samuel Caldeira (W52-FC Porto) descobriu hoje o que é vencer por si próprio, deixando para trás, no empedrado de Castelo Branco, o estatuto de eterno segundo, numa segunda etapa da Volta a Portugal em bicicleta marcada pelas quedas.

  • Desporto
  • Publicado: 2017-08-06 21:18
  • Autor: Diario Digital Castelo Branco

Samuel Caldeira (W52-FC Porto) descobriu hoje o que é vencer por si próprio, deixando para trás, no empedrado de Castelo Branco, o estatuto de eterno segundo, numa segunda etapa da Volta a Portugal em bicicleta marcada pelas quedas.

À terceira foi mesmo de vez para o algarvio, de 31 anos, que depois de ter sido segundo em Castelo Branco nas últimas duas edições (foi-o, em etapas da Volta, em cinco ocasiões), viu o ‘photo finish’ confirmar aquilo que mais desejava: a sua primeira vitória na prova rainha do ciclismo português.

“É uma sensação nova ser eu a vencer, porque já levo sete vitórias na geral da Volta a trabalhar para a equipa [com David Blanco, Ricardo Mestre, Alejandro Marque, Gustavo Veloso e Rui Vinhas]. A nível pessoal faltava-me esta vitória. Isto é, digamos, a cereja em cima do bolo”, confessou o trabalhador mais bem-sucedido do pelotão nacional, que assim que cortou a meta, com o tempo de 05:38.16 horas, chorou como um menino, abraçado ao camisola amarela Raúl Alarcón.

O líder da geral foi mesmo um dos únicos que chegou à meta no grupo de Caldeira, que bateu por milímetros o italiano Antonino Parrinello (GM Europa Ovini), uma vez que duas quedas (e um engano de percurso) nos últimos dois quilómetros fracionaram o pelotão e arrastaram, entre outros, Edgar Pinto (LA Alumínios-Metalusa-Blackjack), o mais magoado, e Alejandro Marque (Sporting-Tavira), que se salvou com apenas uns arranhões.

No último punhado de anos, Castelo Branco conquistou, por mérito próprio, a fama de chegada mais escaldante de todas as etapas da Volta a Portugal e hoje não foi diferente, até porque os quase 215 quilómetros da tirada mais longa desta edição começaram a ser contados em Reguengos de Monsaraz.

No regresso do Alentejo profundo, ausente há oito anos, ao traçado da prova, as elevadas temperaturas não inibiram dez corredores de saltarem para a frente de corrida logo ao quilómetro dois.

A Pablo Guerrero (RP-Boavista) e João Matias (LA Alumínios-Metalusa-Blackjack), os dois representantes das equipas nacionais, juntaram-se Roy Goldstein (Israel Cycling Academy), Marco Molteni (Unieuro Trevigiani-Hemus 1896), Travis Samuel (H&R Block Pro), Jim Lindenburg (Metec-TKH), Antonio Di Sante (GM Europa Ovini), Patrick Jäger (Team Vorarlberg), Pello Olaberria (Euskadi-Murias), e José Gutierrez (Kuwait-Cartucho.es), com os dez, sob o olhar atento da W52-FC Porto, a conseguirem uma vantagem que rondou os cinco minutos.

Com a temperatura a superar os 40 graus no asfalto, o pelotão ‘adormeceu’ até à passagem pela Serra de S. Miguel, a subida que condenou a fuga do dia. Sucessivamente mais pequena, a escapada, que a 15 quilómetros de meta era alimentada apenas por Samuel, Di Sante e Lindenburg, acabou definitivamente a cerca de 3.000 metros da chegada, quando a ‘trituradora’ máquina ‘azul e branca’ enviou para a frente do pelotão, nada mais, nada menos, do que Gustavo Veloso e Amaro Antunes.

Poucos metros depois de a fuga ser anulada, uma queda, na qual estiveram envolvidos Rui Vinhas e Ricardo Mestre, os últimos dois portugueses a vencer a Volta a Portugal, e João Benta (RP-Boavista), provocou um corte e deixou isolado na frente um grupo de apenas 13 corredores, entre os quais estavam o camisola amarela Raúl Alarcón, o terceiro classificado Domingos Gonçalves (RP-Boavista), o líder da montanha, César Fonte, Veloso e Antunes.

Mas os percalços não acabaram aí: numa escapatória não sinalizada, numa rotunda, meio grupo seguiu pelo lado errado, e, logo depois, no labiríntico serpentear empedrado, Edgar Pinto caiu e derrubou Marque, o segundo da geral, que cortou a meta atrasado, mas com o mesmo tempo de Alarcón.

Por terem acontecido nos últimos três quilómetros, as quedas não influenciaram a classificação geral, que continua a ser comandada pelo espanhol, que na segunda-feira vai partir para a terceira etapa, uma ligação de 162,1 quilómetros entre Figueira de Castelo Rodrigo e Bragança, com seis segundos de vantagem sobre o vencedor da Volta2013 e 15 sobre Domingos Gonçalves.

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