O Município de Proença-a-Nova e a editora Alma Azul apresentaram publicamente o livro “Prémio Literário Pedro da Fonseca” com os textos vencedores da primeira edição deste concurso.
O Município de Proença-a-Nova e a editora Alma Azul apresentaram publicamente o livro “Prémio Literário Pedro da Fonseca” com os textos vencedores da primeira edição deste concurso.
“O Guarda das Janelas Verdes”, de Maria do Rosário Cristóvão, e “Ondulações de Eros e Psyche”, de Paulo Renato Cardoso, que venceram respetivamente nas categorias de prosa e poesia. Anuncia o comunicado enviado ao Diário Digital Castelo Branco.
A publicação apresenta ainda uma breve resenha histórica sobre a figura de Pedro da Fonseca, ilustre proencense que dá nome ao concurso literário, da autoria de António Silva e inclui ilustrações de Catarina Alves. “Em boa hora o Município levou a cabo a realização deste Prémio Literário Pedro da Fonseca com o nome de uma figura ímpar e que pode ser, a partir deste prémio, traduzido em atratividade do concelho de Proença-a-Nova”, afirmou o presidente da Câmara Municipal de Proença-a-Nova durante a apresentação pública do livro, realizada a 19 de março na Galeria Municipal.
O autarca destacou a importância de o Município continuar a apostar na edição de livros. “A leitura pode ser digital, com certeza que sim, e é bom que esta gente mais nova leia também aí, mas temos que, enquanto parte pública, promover a leitura pelo livro para que não seja completamente absorvido pela era digital”. João Lobo adiantou ainda que o regulamento do Prémio Literário está a ser revisto, introduzindo alterações como a periodicidade – que passa a ser bienal e a definição de período para apresentação do tema a concurso. “De acordo com os dados históricos, o Pedro da Fonseca faleceu no dia 4 de novembro de 1599 e em novembro deste ano daremos a conhecer a temática do concurso para a segunda edição a decorrer em 2018”.
António Silva, historiador, fez uma pequena síntese da vida e obra de Pedro da Fonseca, nascido em 1528, proencense que ficou conhecido como o Aristóteles português. “É fácil falar de Pedro da Fonseca, mas é muito difícil abordar a sua obra filosófica e teológica patente nos quatro títulos que publicou”, referiu António Silva sobre aquele que considera “talvez como o mais ilustre dos cidadãos alguma vez nascido no concelho de Proença-a-Nova”, tendo sido conselheiro do Papa e do Rei de Portugal.
Paulo Renato Cardoso, autor de “Ondulações sob Eros e Psyche: Estórias de Uma Mulher Entre Zero & Infinito”, revelou que o seu texto, que faz parte de um projeto de livro, “tem por centro de gravidade o mito de Eros e Psyche que está na base de muitos mitos da nossa imaginação, inclusive para crianças com a Bela Adormecida. É uma sequência de poemas que se inspiram nesta ideia da relação entre Eros, o amor, e Psyche, a alma, o espírito, e a interação recíproca que é pensada sob o prisma do feminino”. Maria do Rosário Cristóvão, na impossibilidade de se deslocar por motivos de saúde, enviou uma contextualização do seu conto, salientando que o ponto de partida para a ideia central do texto é o questionamento sobre o efeito da arte para quem a contempla. “A personagem principal do conto é o guarda já idoso e que vive num lar, cujas janelas são verdes, tal coma as janelas do museu onde trabalhou e viveu grande parte da sua vida”. O quadro “As Tentações de Santo Antão”, uma das obras do Museu Nacional de Arte Antiga, apesar de nunca ser mencionado, também contribui para o desenrolar da história.
Na última intervenção da tarde, Elsa Ligeiro, da editora Alma Azul, destacou a importância do Prémio Literário no panorama nacional. “O Pedro da Fonseca está muito bem acompanhado e, por isso, este livro é um valor acrescentado à cultura portuguesa. Quando falamos num Prémio Literário o que estamos a dar é mais valia à cultura portuguesa e foi nesta dimensão que me deu um prazer especial ajudar nesta edição”, afirmou. A editora irá realizar outras apresentações públicas da obra no decurso deste ano. O livro está disponível para requisição na Biblioteca Municipal e pólos.
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