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Castelo Branco: "É preciso desconstruir o estigma da interioridade" – Helena Freitas

A coordenadora da Unidade de Missão para a Valorização do Interior afirma que é um absurdo falar-se de interioridade num país como Portugal e adiantou que este é um estigma que é preciso desconstruir.

  • Economia
  • Publicado: 2017-05-28 06:25
  • Autor: Diario Digital Castelo Branco/Lusa

A coordenadora da Unidade de Missão para a Valorização do Interior afirma que é um absurdo falar-se de interioridade num país como Portugal e adiantou que este é um estigma que é preciso desconstruir.

"É um absurdo hoje falar em interioridade num país que tem 200 quilómetros até ao litoral. Este é um estigma que é preciso desconstruir", afirmou este sábado Helena Freitas em Castelo Branco, durante a sessão de encerramento do I Congresso Empresarial da Beira Baixa, iniciativa organizada pelo Associação Empresarial da Beira Baixa (AEBB) e pelo Jornal de Negócios.

Esta responsável sublinhou que está na altura de mudar um pouco o discurso e adiantou que vivemos um tempo diferente em que o país é outro.

"Passou o tempo da fatalidade e se não o percebermos perdemos tempo. É preciso atuar de uma forma diferenciada nestes territórios [como o da beira Baixa] para o país se desenvolver de forma mais equilibrada", frisou.

Helena Freitas disse também que o momento político que se vive permite que assim seja e recordou que a Unidade de Missão para a Valorização do Interior (UMVI) foi criada com esse objetivo.

"Foi isso que esteve na base do Programa Nacional para a Coesão Territorial. O país está a mudar e só os velhos do restelo é que não o conseguem ver", disse.

Já em relação à situação demográfica, pediu para que não se dramatize: "Vamos trabalhar para criar prosperidade".

A presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Centro (CCDRC), Ana Abrunhosa, admitiu que os sistemas incentivos não são os mais adequados para a diferenciação que se pretende para os territórios de baixa densidade mas sublinhou que estes não são a única resposta existente.

Esta responsável adiantou que no âmbito do Portugal 2020, a procura de fundos comunitários por empresas da Beira Baixa tem sido boa e é a segunda "Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos" (NUTS III) que melhor executa.

Ana Abrunhosa explicou que dos mil milhões de euros aprovados para a região Centro, a Beira Baixa tem já 52 milhões de euros contratados e o dobro de aprovados mas ainda não assinados.

"No total são 100 milhões de euros para a Beira Baixa que apesar de estar na cauda [termos de valores] é um território que é dos melhores executores", sustentou.

O presidente da Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa (CIMBB) e da Câmara de Castelo Branco, Luís Correia, voltou a defender a necessidade de medidas de diferenciação positiva para estes territórios, não como miserabilistas mas de uma forma realista, visto que o país continua a desenvolver-se a duas velocidades.

"Não tenho dúvida que temos desenvolvido muito a nossa região. Mas, o que é verdade é que há um país a desenvolver-se a dois níveis. E aí, temos que falar de medidas que nos ajudem a diferenciar, caso contrário não iremos conseguir. Isto não é um discurso miserabilista, nunca o farei", afirmou.

Para o autarca e presidente da CIMBB, o miserabilismo passa por aqueles que dizem que onde não há pessoas não vale apena fazer investimento.

Luís Correia voltou a falar e a defender a construção do IC-31, via de ligação a Espanha: "É preciso para esta região e poderá ser diferenciador até para toda a região Centro. Estamos a meio do caminho entre o litoral e a Europa. Falamos do mercado de Espanha e para isso precisamos desta infraestrutura".

Já o presidente da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIMBSE) e da Câmara do Fundão, Paulo Fernandes, falou da internacionalização como sendo fundamental para as empresas e para a região.

Contudo, sublinhou que por vezes é "ridículo" ouvir falar de programas para a internacionalização com verbas de um milhão de euros e com prazos de dois anos.

"Quando falamos disso [internacionalização], falamos de médio e longo prazo. Prefiro que digam nos próximos 10 anos esta região vai ter um plano. Precisamos de políticos de médio e longo prazo", concluiu.

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