Bordados de Castelo Branco nos altares de Manchester

A Catedral de Manchester, na Inglaterra, tem desde domingo, dia 17, os seus 4 principais altares cobertos com o bordado de Castelo Branco. Os trabalhos são desenhos da artista plástica Cristina Rodrigues, que representam a união entre os dois países e a aliança histórica que os une, mas também são desenhos adaptados e relacionados com os altares que cobrem.

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  • Publicado: 2017-09-19 07:59
  • Autor: Cristina Valente

A Catedral de Manchester, na Inglaterra, tem desde domingo, dia 17, os seus 4 principais altares cobertos com o bordado de Castelo Branco. Os trabalhos são desenhos da artista plástica Cristina Rodrigues, que representam a união entre os dois países e a aliança histórica que os une, mas também são desenhos adaptados e relacionados com os altares que cobrem.

A cerimónia de consignação das 7 peças, O Reino dos Céus, O Jardim do Éden (composto por 4 peças), O Rosário e o Pão da Vida, foi acompanhada por uma comitiva portuguesa, que integrava elementos da autarquia albicastrense e as bordadoras que elaboraram as peças.

Presentes estiveram também o Embaixada de Portugal no Reino Unido, Manuel Lobo Antunes, e o Cônsul Geral de Portugal em Manchester Jorge Cruz.

Cristina Rodrigues disse à nossa reportagem que o momento era de "alegria e emoção" pois é o culminar de 3 anos de trabalho. Primeiro com a burocracia necessária nestas situações, já que o processo de aprovação do projeto demorou ano e meio, "primeiro localmente, depois regional e nacionalmente".

"Depois do longo processo de aprovação e escolha dos desenhos finais, foi todo o processo de passar os desenhos para o linho à escala de um, o que nunca tinha feito, e depois foi trabalhar durante cerca de um ano com as fabulosas bordadeiras de Castelo Branco" afirma Cristina Rodrigues.

A artista diz que este projeto deve orgulhar não só os albicastrenses, mas todos os Portugueses porque têm uma marca da sua cultura, "para sempre gravada numa Catedral Britânica".

Ao longo de todo o processo, Cristina Rodrigues, confessa que existiram muitos desafios e dificuldades, "aprovar o processo foi sem dúvida o maior desafio" confessa a artista.

No momento da colocação das peças nos altares, Cristina Rodrigues não esconde a felicidade que sente, "este é talvez o projeto mais especial que fiz até hoje, sinto um orgulho enorme por o ter concretizado, porque não foi fácil. E depois por ver a minha cultura na cidade para onde eu emigrei e que foi a minha casa durante tantos anos".

As peças elaboradas pela Oficina Escola do Bordado de Castelo Branco, foram oferecidas pela autarquia de Castelo Branco, que teve um papel fundamental em todo o processo, "desde o inicio a autarquia foi um grande apoio, sem a câmara e sem as bordadeiras da oficina escola, que pertence à autarquia este projeto não era possível" afirma Cristina Rodrigues.

Teresa Martins, vereadora da autarquia albicastrense, em representação do município desejou que todos os que agora visitam a Catedral apreciem estas peças "símbolo maior identitário da nossa cidade e do nosso concelho", e sejam embaixadores desta arte em Inglaterra e no mundo.

"Este trabalho orgulha a autarquia de Castelo Branco, que financiou integralmente a execução das peças e todo os albicastrenses fiéis depositários desta forma artística secular" afirmou Teresa Martins

As peças entregues à Catedral de Manchester, fazem agora parte integral do seu acervo, "como sinal de amizade e união dos povos, mas sobretudo dos povos de Inglaterra e Portugal" afirmou a representante do município albicastrense.

Amizade que Roger Govender, Deão da catedral de Manchester destacou também na sua intervenção  “a doação das Frentes de Altar que, mais do que uma dádiva à Catedral, são uma dádiva ao povo de Inglaterra e renovam a amizade histórica entra as nossas duas grandes nações". destacando o facto de através deste projeto de Cristina Rodrigues se terem estabelecido "fortes laços de amizade e cooperação entre Manchester e Castelo Branco".

As 5 bordadeiras, que acompanharam as cerimónias em Manchester, não esconderam a emoção que sentiram ao ver os painéis colocados nos altares.

Gracinda Matos, Ana Pereira, Manuela Aleluia, Rosa Gonçalves e Anabela Rosindo foram 5 das bordadeiras que realizaram os trabalhos, e assistiram às cerimónias em Manchester, às quais se tem que juntar o nome de Lurdes Baptista, bordadeira que não esteve em Mancherster.

"Decidir como fazer os 7 painéis, foi a decisão mais difícil, depois foi bordar." diz Ana Pereira. A maior peça, "O reino dos Céus"  foi a mais complicada, não pelo tamanho, mas pela complexidade "é preciso destacar que a base da peça, a ligação do mar e da terra é totalmente bordado, não há um fio de linha à mostra".

No processo elaborativo, e depois de verem os desenhos, forma as bordadeiras que ajudaram a escolher os pontos a utilizar, "fomos dando a nossa opinião, de quais os pontos que deviam ser utilizados, a intenção era que estivessem os pontos mais característicos".

As bordadoras destacam a relação que ao longo do ano de trabalho mantiveram com a artista, "foi sempre espetacular

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