Durante uma conferência no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), em Lisboa, o presidente do PSD insistiu na ideia de que é preciso "conseguir mesmo que a despesa corrente do Estado baixe" nos próximos quatro anos, como alternativa à estratégia do Governo inscrita no Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) para consolidara as contas públicas.
Hoje à tarde, numa interpelação ao Governo no Parlamento, o PSD vai propor um conjunto de cortes na despesa pública correspondente a cerca de 1700 milhões de euros, ou seja, perto de um por cento do Produto Interno Bruto (PIB).
De acordo com fonte do PSD, os sociais democratas vão propor, entre outras medidas, a compra de 'software' informático aberto em todos os serviços do Estado, poupando-se o dinheiro gasto em licenças, a cativação e centralização da aquisição de bens e serviços e a redução dos gastos do Estado em estudos e pareceres e também em comunicações.
Segundo a mesma fonte, o PSD vai hoje argumentar que o Governo pretende obter cerca de 1100 milhões de euros receitas através de um aumento da carga fiscal e que se abdicar dessa receita e fizer os cortes propostos pelos sociais democratas poderá obter ainda assim um ganho de aproximadamente 600 milhões de euros.
Na sua intervenção no ISCTE, Pedro Passos Coelho deu a saúde como "um exemplo" de uma das áreas onde é possível "combater a ineficiência e o desperdício".
O presidente do PSD referiu que a Organização para a Cooperação Económica e Desenvolvimento (OCDE) coloca os serviços de saúde prestados pelo Estado português numa posição "bastante boa".
"A verdade é que nós podíamos - está demonstrado - ter os mesmos resultados gastando quase menos 25 por cento a 30 por cento do que gastamos hoje. Isso significa que nós hoje temos um desperdício anual que pode valer perto de 3,5 mil milhões de euros", defendeu, em seguida.
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