UGT acusa Governo de não estar "minimamente empenhado" em enfrentar a 'troika'

O secretário-geral da UGT, João Proença, acusou hoje o Governo de não estar “minimamente empenhado” na promoção de uma política salarial que impulsione o crescimento e exigiu o abrandamento do ritmo de ajustamento das finanças públicas.

 

  • Economia
  • Publicado: 2013-04-19 16:28
  • Por: Diario Digital Castelo Branco/Lusa

O secretário-geral da UGT, João Proença, acusou hoje o Governo de não estar “minimamente empenhado” na promoção de uma política salarial que impulsione o crescimento e exigiu o abrandamento do ritmo de ajustamento das finanças públicas.

João Proença, que falava na abertura de uma conferência internacional hoje organizada pela UGT, em Lisboa, considera que “não há empenhamento do Governo para enfrentar a ‘troika’”, composta pelo Fundo Monetário Internacional, pela Comissão Europeia e pelo Banco Central Europeu.

Em causa, disse o dirigente sindical, estão matérias como a defesa da negociação coletiva e o aumento do salário mínimo nacional, aspetos em que, disse Proença, patrões e sindicatos estão de acordo, “embora não necessariamente nos mesmos termos”.

“Não há o mínimo empenhamento do Governo para desenvolver uma política salarial adequada fundamental até para fomentar o crescimento económico”, afirmou o dirigente sindical, acusando o executivo de Passos Coelho de se focar apenas no aumento das exportações, “muito penalizadas pela crise que se vive no resto da Europa”.

No seu discurso na conferência 'Combater a crise – defender o Estado social e o emprego', organizada na véspera do Congresso da central sindical, João Proença reconheceu que as finanças públicas de Portugal têm de ser ajustadas, porque tanto o défice como a dívida estão em níveis elevados.

“Se a ‘troika’ diz mata, o Governo português diz esfola. Quer um ajustamento mais rápido [do que a ‘troika’] e isso está a matar a economia”, acusou João Proença, reconhecendo que “é preciso algum ajustamento, mas este ajustamento não”.

Para o secretário-geral da UGT, “é fundamental ter presente que outra política é possível”, mas defendeu que, “para isso, é fundamental que a Europa saia da política cega de austeridade”.

“É totalmente incompreensível que hoje os países do euro, globalmente, estejam em recessão. Isto faz com que os países que estão com maiores dificuldades não tenham da parte da União Europeia aquilo de que precisam”, disse Proença, manifestando-se ainda a favor da união bancária europeia e da mutualização da dívida dos vários países do euro.

Depois de 18 anos à frente da União Geral de Trabalhadores (UGT), João Proença deixa de ser secretário-geral da estrutura sindical no domingo, durante o Congresso da UGT, em Lisboa.

No Congresso, a UGT deverá eleger Carlos Silva para suceder a João Proença no cargo de secretário-geral, e Lucinda Dâmaso para substituir João de Deus na função de presidente da central sindical.

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