Exposição revela homem por detrás do nome mais usado em Castelo Branco

Amato Lusitano, o homem cujo nome mais vezes serviu para batizar instituições e locais de Castelo Branco, é revelado até final do mês numa exposição inédita no centro da cidade.

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  • Publicado: 2011-05-21 10:08
  • Por: Diario Digital Castelo Branco/Lusa

Amato Lusitano, o homem cujo nome mais vezes serviu para batizar instituições e locais de Castelo Branco, é revelado até final do mês numa exposição inédita no centro da cidade.

“O Corpo do Coração” está patente até dia 29 na sala da Nora, no Cine Teatro Avenida, no âmbito das comemorações dos 500 anos do nascimento do médico e cientista de Castelo Branco, cujas obras o tornaram conhecido em todo o mundo.

Do hospital a uma escola secundária, passando por uma farmácia e uma rua, “existem bastantes referências a Amato Lusitano na cidade, mas há uma grande ausência da memória”, refere Pedro Salvado, escritor e investigador, um dos organizadores da exposição.

O nome é referido quase mecanicamente por todos, mas a exposição pretende “que se saiba quem é a pessoa por detrás do nome”, destaca.

A exposição começa com um mapa da cidade com os locais onde há referências a Amato Lusitano, com destaque para a estátua inaugurada em 1956 no centro cívico.

A única réplica conhecida da estátua, com 90 centímetros de altura, está no centro da mostra, cedida pela família do escultor Martins Correia, que a esculpiu depois do original no centro da cidade.

A exposição revela também a evolução dos retratos que mostram a face de Amato: “não são muitos e ainda hoje se discute qual seria afinal a fisionomia do médico”, do qual se conhece melhor a personalidade do que os traços físicos, refere Carlos Semedo, programador cultural.

A mostra inclui ainda um conjunto de imagens, resultado do desafio lançado a seis fotógrafos, para “fazerem uma leitura contemporânea” de Amato Lusitano.

Carlos Semedo acredita que “a mostra pode estimular a discussão à volta de Amato Lusitano e da relação com a cidade”.

Pedro Salvado vai mais longe e espera que o Presidente da República, Cavaco Silva, faça referência a Amato Lusitano durante as comemorações do 10 de junho, Dia de Portugal, este ano agendada para Castelo Branco.

Um contributo que considera “decisivo” para um “justo reavivar da personalidade histórica”, da qual “não existe uma única obra no repositório digital da Biblioteca Nacional”, lamenta.

Acredita que é “uma falha que será sanada em breve”, sendo que as comemorações dos 500 anos do nascimento do médico incluem uma nova exposição, até final do ano, dedicada à sua vida.

Amato Lusitano foi o pseudónimo assumido por João Rodrigues, filho de pais judeus, que viveu a adolescência em Castelo Branco e estudou Medicina na Universidade de Salamanca.

As perseguições da Inquisição levaram-no a viajar pela Europa, onde publicou toda a sua obra, na qual descobriu a circulação sanguínea e descreveu detalhadamente centenas de casos clínicos.

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