Estaleiros de Viana: Presidente apresenta demissão depois de alegada tentitiva de agressão

O presidente do Conselho de Administração dos Estaleiros Navais anunciou à Agência Lusa que vai pedir a demissão do cargo, depois de alegadas tentativas de agressão de que diz ter sido alvo esta tarde, por parte dos trabalhadores.

  • Economia
  • Publicado: 2011-06-23 06:55
  • Por: Diario Digital Castelo Branco/Lusa

O presidente do Conselho de Administração dos Estaleiros Navais anunciou à Agência Lusa que vai pedir a demissão do cargo, depois de alegadas tentativas de agressão de que diz ter sido alvo esta tarde, por parte dos trabalhadores.

“O que se passou esta tarde foi uma vergonha, inqualificável. Fui impedido de sair da empresa pelos trabalhadores, que depois tentaram forçar a entrada no edifício da administração, onde me refugiei. Naturalmente queriam molestar os elementos da administração”, afirmou Carlos Veiga Anjos.

Mais de 650 trabalhadores da empresa reuniram hoje em plenário, aprovando uma moção em que exigem a suspensão imediata do processo de reestruturação que previa a saída, até final do ano, de 380 funcionários, de um total de 720.

“Não posso pactuar com este tipo de atitude. Que fiquem com a empresa, que a entreguem ao senhor presidente da Câmara de Viana”, criticou ainda o ainda presidente do Conselho de Administração.

Segundo o relato do próprio à Agência Lusa, cerca das 16:15 horas, à saída da empresa, foi impedido de sair por centenas de trabalhadores, quando se encontrava na viatura.

“Chamaram-me de fascista, filho deste e filho daquele. Uma pouca-vergonha”, acrescentou.

De seguida, enquanto representantes dos trabalhadores entregavam a moção aprovada minutos antes, no exterior do edifício da administração instalava-se a confusão, com outros funcionários e forçarem a entrada, altura em que partiram, inclusive, os vidros de uma das portas.

Face a este cenário, Veiga Anjos garantiu à Agência Lusa que já esta quinta-feira viaja para Lisboa e vai apresentar no dia seguinte a demissão ao acionista, Empordef, e ao Ministério da Defesa.

“Não volto mais a entrar nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo”, rematou.

Aos 67 anos, os estaleiros enfrentam a pior crise da sua história, com 200 milhões de euros de passivo e um prejuízo de 40 milhões em 2010.

Nos últimos doze meses o acionista foi obrigado a injetar na empresa 26 milhões de euros, nomeadamente para pagar salários.

A reestruturação da empresa, com a redução para 340 trabalhadores, é a solução, apresentada esta semana pela administração, para “salvar” os estaleiros.

PUB

PUB

PUB

PUB