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Idanha-a-Nova: Armindo Jacinto em entrevista fala da Feira Raiana; impulsionadora da cooperação transfronteiriça

No dia em que a edição da Feira Raiana deste ano é apresentada em Espanha, Diário Digital Castelo Branco (DDCB) publica uma entrevista com o autarca Idanhense. Armindo Jacinto, fala sobre o certame que tem impulsionado a cooperação transfronteiriça e dos projetos para desenvolver com a Raya Espanhola.

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  • Publicado: 2015-07-27 08:16
  • Por: Cristina Valente

No dia em que a edição da Feira Raiana deste ano é apresentada em Espanha, Diário Digital Castelo Branco (DDCB) publica uma entrevista com o autarca Idanhense. Armindo Jacinto, fala sobre o certame que tem impulsionado a cooperação transfronteiriça e dos projetos para desenvolver com a Raya Espanhola.

DDCB:

Mais uma edição da Feira Raiana, quando a feira começou havia imensas atividades de cooperação transfronteiriça, a feira Raiana é a sobrevivente não é?

ARMINDO JACINTO: A Feira Raiana quando começou tinha uma forte cooperação transfronteiriça que entretanto, ao longo do tempo foi morrendo e que nós agora estamos a recuperar de há umas edições a esta parte, nomeadamente  com esta parceria com Moraleja.

Este ano também vamos dar mais um passo nesse sentido que é, termos aqui [em Idanha-a-Nova] a presença da Junta da Extremadura, da Diputación de Cáceres e do Ajuntamiento de Moraleja.

Ainda não se consegue algo que nos perseguimos que é uma forte participação dos empresários de um lado e outro da fronteira e que esperamos que num próximo projeto de cooperação transfronteiriça, nós aqui possamos financiar os nosso empresários a ir lá [Espanha] e eles lá possam fazer o mesmo. Porque ainda há uma fronteira cultural que leva a que isso ainda não se consiga na perfeição, apesar dos nosso esforços. Este ano, tivemos do lado de lá, um grande esforço por parte de Moraleja, a contactar todos os empresários para virem.. mas não basta isso, temos que criar mais incentivos.

Vai ser a nossa estratégia para o próximo projeto de cooperação. No nosso caso, na ultima edição, já a câmara municipal financiou a ida dos empresários lá, o que permitiu que eles tivessem algumas facilidades para poderem estar lá. Porque a deslocação e a participação na Feira Raiana, tem custos. Isso é algo que ainda vamos ter que trabalhar e aprofundar mais, agora, em termos culturais e em termos sociais, já há uma forte ligação.

O programa da feira é realizado em conjunto, falamos do fado e do flamenco, dos grupos tradicionais de Espanha e de Portugal, há também a questão dos touros que nos aproxima, a tauromaquia, portanto há aqui a preocupação de termos a cultura de um lado e de outro da fronteira, a cultura Luso-Castelhana  presente.  

As questões culturais, embora haja ainda muito para evoluir, vão sendo conseguidas, e isto porque assumimos que a organização é conjunta.

Há uma verdadeira cooperação, que nós queremos que seja incentivada, e queremos que as questões económicas sejam no futuro o grande mote para que ela seja profunda e mexa com a criação de riqueza e emprego nos nosso territórios.

 

DDCB: E porque é que essas questões económicas são as que estão mas deficitárias na feira?

AJ: Porque é preciso criar alguns incentivos para os empresários. Levar um empresário de Idanha a Espanha implica muitos custos, e como os nossos produtos que ainda não são conhecidos leva a que um empresário se retraia, o mesmo acontece com os espanhóis, portanto, é aqui que temos que criar o incentivo para começar a dinamizar estes fluxos.

A fronteira durante muitos anos foi o entrave para nos conhecermos melhor e que os lucros económicos pudessem ocorrer melhor de um lado e de outro. O que está agora a acontecer,  apesar de estarmos numa zona de fronteira, é que é necessário criar incentivos a tal, nós temos interesse porque estamos a alargar o nosso mercado e eles também têm interesse porque alargam o mercado deles. E pode haver parcerias a trabalhar em conjunto, se nós não incentivarmos que isso aconteça é mais difícil, e demora mais tempo a acontecer. Portanto a feira Raiana é uma oportunidade para aprofundar isso e é uma oportunidade para que ao longo do ano isso possa ir acontecendo.

 

DDCB: Exatamente por aí, a feira não pode ser o único momento de cooperação, tem que haver outros…?

AJ: Já há outros. Nós com Moraleja já estamos a promover um protocolo para os espanhóis virem em condições preferenciais ao balneário termal, às nossas unidades hoteleiras, nós já estamos a fazer um trabalho conjunto em termos de educação musical do lado de lá [Espanha] e do lado de cá [Portugal], portanto, são atividades que ao longo do ano vamos incentivando.

Nós participamos nas atividades culturais que eles têm ao longo do ano, e eles vão também participando nas nossas ao longo do ano.  A Feira Raiana não acontece só naquele momento, temos vindo a incentivar, mas há muito mais a fazer nesse campo.

 

DDCB: Que propostas é que já existem?

AJ: Há propostas! A economia é uma delas. Em termos culturais, por exemplo na área da musica, termos alunos de um lado e doutro da fronteira, ao mesmo tempo os nossos alunos irem a Espanha e criarmos uma orquestra conjunta. Mas também, noutras áreas do saber, queremos desenvolver um protocolo, do qual já falámos, para que os alunos do lado de lá possam vir estudar para Idanha, para as nossas escolas profissionais, ou Escola Superior de Gestão e nós possamos ir ver o que é que eles lá têm e que os nossos alunos também possam ir lá.

Podermos aproveitar as questões da saúde, eles têm uma oferta com o cartão europeu de saúde podemos ter acesso a algumas valências que nós aqui não temos tão disponíveis. Portanto são esses projetos que vamos colaborando para vermos oportunidades de desenvolvimento e de aprofundamento desta cooperação.

A seguir queremos fazer um projeto conjunto sobre a temática Feira Raiana mas que alargue ao longo do ano todas estas perspetivas

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