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Agência das Nações Unidas para o Comércio Mundial exige extinção das agências de "rating"

O diretor da Agência das Nações Unidas para o Comércio Mundial e o Desenvolvimento (UNCTAD), Heiner Flassbeck, exigiu hoje a extinção das agências de “rating”, em declarações à televisão pública alemã ARD.

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  • Publicado: 2011-07-06 09:15
  • Por: Diario Digital Castelo Branco/Lusa

O diretor da Agência das Nações Unidas para o Comércio Mundial e o Desenvolvimento (UNCTAD), Heiner Flassbeck, exigiu hoje a extinção das agências de “rating”, em declarações à televisão pública alemã ARD.

Na opinião do ex-secretário de estado das finanças alemão: “as agências de rating pelo menos deviam limitar-se a avaliar empresas, e não deviam poder avaliar Estados, que são uma matéria muito complexa, em que elas ignoram frequentemente muitos aspetos positivos”.

O papel das agências de “rating” está a ser cada vez mais contestado na Europa, segundo um artigo publicado hoje no matutino Berliner Zeitung.

O jornal lembra que, na terça feira, a chanceler Angela Merkel pôs em causa a importância da maior agência deste género, a Standard & Poor 's, depois de esta ter afirmado que considerava o modelo de participação voluntária de bancos e seguradoras num novo pacote de ajuda à Grécia um “incumprimento parcial” do pagamento da dívida por parte de Atenas.

“É importante que a troika não permita que lhe retirem a sua capacidade de avaliação”, advertiu a chanceler, referindo-se à estratégia definida pelo Banco Central Europeu, pela Comissão Europeia e pelo FMI para os resgates de países em dificuldades financeiras, caso da Grécia, mas também de Portugal.

Thomas Straubhaar, presidente do Instituto de Economia Mundial, de Hamburgo, exigiu também, em declarações ao jornal Rhein-Neckar-Zeitung, a limitação do poder das agências de “rating” e o regresso a outros critérios de avaliação.

“A política pôs-se nas mãos de um monopólio de uns quantos institutos de avaliação”, afirmou Straubhaar.

A imprensa alemã traz hoje poucas referências à desclassificação de Portugal pela agência de “rating” norte americana Moody's, o que se deve, no entanto, ao facto de as redações deste país terem encerrado antes da notícia ser divulgada.

“A Moody's deu uma bofetada a Portugal, tornando-se a primeira agência de rating a classificar o endividado país como “lixo”, destaca o matutino conservador Die Welt.

O jornal de economia Handelsblatt também aborda o tema, referindo que a Moody's „não confia nas medidas de poupança do governo português”.

Por seu turno, o Frankfurter Allgemeine, outro jornal do mundo dos negócios, na sua análise dos mercados, refere que a desclassificação de Portugal foi absorvida rapidamente, prevendo que o principal índice bolsista alemão, o DAX, volte hoje a subir.

Quanto ao euro, depois de uma ligeira queda logo que foi divulgada a decisão da Moody's, também já tinha começado a recuperar perante as moedas asiáticas, diz ainda o FAZ.

A desclassificação de Portugal de Baa1 Para Ba2, em quatro níveis, foi ainda comentada no Die Welt pelo analista Robert Tipp, da seguradora Prudential, que considera o anúncio da agência de “rating” norte americana “a prova de que a crise das dívidas soberanas não parou, mesmo que a Grécia receba um segundo pacote de ajudas”.

Para Tipp, esta situação manter-se-á no próximo ano, ou mesmo em 2013.

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