Castelo Branco: Projeto quer 20 por cento da cidade a andar de bicicleta dentro de dez anos

Os investigadores da Escola Superior de Tecnologia de Castelo Branco (ESTCB) ambicionam ver 20 por cento da cidade a andar de bicicleta dentro de dez anos.

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  • Publicado: 2011-07-10 09:37
  • Por: Diario Digital Castelo Branco/Lusa

Os investigadores da Escola Superior de Tecnologia de Castelo Branco (ESTCB) ambicionam ver 20 por cento da cidade a andar de bicicleta dentro de dez anos.

As ações de sensibilização para o efeito até incluem formação para quem não consegue equilibrar-se sobre duas rodas, revelou à agência Lusa Rui Alves, docente e investigador da ETSCB, coordenador do projeto Mobilidade Casa-Escola desenvolvido na cidade.

O projeto tem servido desde abril de 2010 para motivar as comunidades das 45 escolas da cidade a deslocarem-se de forma mais eficiente, a pé, de bicicleta, em transportes públicos ou partilhando automóveis.

Os estudos já realizados concluem que 52 por cento das deslocações urbanas diárias são feitas em carro próprio, valor que dispara para 73 por cento nas viagens entre casa e escola.

O trabalho serviu de ponto de partida para uma abordagem global à mobilidade na urbe, em que Rui Alves acredita que a bicicleta “é um transporte com futuro”.

Castelo Branco “tem condições excelentes para as bicicletas: a maior parte das vias tem declives baixos, fáceis de vencer”.

Além do mais, os inquéritos realizados revelam que 53 por cento das famílias na cidade tem pelo menos uma bicicleta em casa, “mas falta o hábito de as utilizar, daí o trabalho de sensibilização” em curso nas escolas para novas gerações terem “uma nova cultura”.

Para Rui Alves, “se dentro de 10 anos houvesse 20 pessoas em cada 100 a andar de bicicleta em Castelo Branco era excecional”, destaca, apontando a meta como “mais que uma ambição do projeto: é uma ambição da sociedade”.

Uma década é o prazo estimado para reafirmar um meio de transporte “que estava estigmatizado”.

“Quem usava bicicletas eram as classes mais pobres”, mas hoje “já não é assim”, como se comprova em várias cidades europeias onde “é a melhor alternativa” de circulação.

E para que ninguém tenha desculpas, em colaboração com a Associação de Cicloturismo de Castelo Branco, o projeto vai tentar “colocar de pé uma ação de formação para ensinar jovens e adultos a andar de bicicleta”, sublinha.

Os resultados do projeto, com trabalho envolvendo alunos do 1.º ao 3.º ciclo, vão estar expostos durante o seminário Sustentabilidade nas Deslocações Casa-Escola, que decorre na segunda e terça-feira na Biblioteca de Castelo Branco, reunindo especialistas no setor.

No final dos trabalhos, a Câmara de Castelo Branco vai assinar dois documentos que estabelecem objetivos no sentido de favorecer a circulação pedonal.

A cidade será a primeira em Portugal a assinar a carta internacional da organização Walk 21 de promoção da circulação pedonal e será a segunda cidade do país, a seguir a Lisboa, a assinar uma Carta Municipal de Direitos dos Peões.

O projeto Mobilidade Casa-Escola da ESTCB é apoiado pela Fundação Calouste Gulbenkian.

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