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Oleiros: Ateliê da Cereja registou êxito na freguesia das Sarnadas de S. Simão

O sétimo ateliê temático de cultura e gastronomia da ronda "Dez Freguesias, Dez Experiências" que o Município de Oleiros está a desenvolver pelo concelho realizou-se no passado sábado, dia 22 de junho, na freguesia de Sarnadas de S. Simão e veio, uma vez mais, valorizar o território em destaque. O Ateliê da Cereja, promovido pelo Município e pela Junta de Freguesia de Sarnadas de S. Simão, com o apoio da Associação Recreativa "Os Amigos da Cardosa" revelou-se um êxito e realçou os ativos naturais e histórico-patrimoniais daquela freguesia, possibilitando a todos uma experiência bastante enriquecedora.

  • Economia
  • Publicado: 2019-06-25 00:00
  • Por: Diário Digital Castelo Branco

O sétimo ateliê temático de cultura e gastronomia da ronda "Dez Freguesias, Dez Experiências" que o Município de Oleiros está a desenvolver pelo concelho realizou-se no passado sábado, dia 22 de junho, na freguesia de Sarnadas de S. Simão e veio, uma vez mais, valorizar o território em destaque. O Ateliê da Cereja, promovido pelo Município e pela Junta de Freguesia de Sarnadas de S. Simão, com o apoio da Associação Recreativa "Os Amigos da Cardosa" revelou-se um êxito e realçou os ativos naturais e histórico-patrimoniais daquela freguesia, possibilitando a todos uma experiência bastante enriquecedora.

O passeio pedestre interpretativo iniciou-se na aldeia de Cardosa, tendo como guia local o investigador Leonel Azevedo, natural daquela localidade. Após um enquadramento histórico do território e animado pela atuação dos Bombos da Cardosa, o grupo partiu em direção a uma fonte natural que no passado suscitou interesse para produção industrial de papel e para aproveitamento comercial de água.

Sendo este ateliê dedicado à cereja, os participantes visitaram um pomar de cerejeiras onde Inês Martins, do Município de Oleiros, fez uma abordagem à espécie e referiu alguns aspetos relacionados com o seu fruto; realçou a relação entre a flora e a toponímia local e destacou o interesse botânico da Serra do Muradal. Nela ocorrem algumas espécies de relevo como: o azereiro (da mesma família e género taxonómico da cerejeira) - testemunha da floresta Laurissilva existente antes das glaciações - e alguns endemismos ibéricos, bem como pela variabilidade de plantas, nomeadamente das famílias das Cistáceas e das Ericáceas (nesta última incluem-se várias urzes e o medronheiro).

Partindo à descoberta da Serra do Muradal, o grupo passou pela bateria da Cardosa e foi brindado com uma explicação in loco por parte do guia local. Recorde-se que esta é uma das várias estruturas militares existentes na Linha Defensiva Talhadas-Muradal, construída no século XVIII, sendo a primeira linha de defesa do território face às invasões que entravam pela Beira-Baixa.

Chegados ao geossítio do Portelo, os participantes puderam assistir e participar numa animada recriação histórica sobre as Invasões Francesas, pela Companhia de Teatro Viv ´Arte, e retemperar baterias num reforço alimentar onde se incluíram os muito apreciados pastéis de nata de cereja.

A descer em direção à sede de freguesia, num local com vista privilegiada sobre a região (recorde-se que segundo o Bispo de Angra, 1881, "Sarnadas virá do verbo latino cerno - ver ao longe"), a geóloga Joana Castro Rodrigues, do Geopark Naturtejo, explicou a diversidade geológica do território, o relevo apalachiano evidente na serra quartzítica do Muradal, a sua riqueza em fósseis marinhos - atestando que aquele sítio foi outrora o fundo de um oceano - e deu destaque ao projeto Trilho Internacional dos Apalaches.

Chegado às Sarnadas de S. Simão, o grupo visitou a Igreja Matriz e percorreu as ruas antigas do aglomerado, como é o caso da Rua do Ouro, que segundo a tradição local remete para alguns achados que atestam a antiguidade e importância estratégica daquele povoado.

Já no pavilhão da localidade, sendo este um ateliê temático de cultura e gastronomia, teve lugar o almoço, muito apreciado por todos os participantes, uma centena no total. O cardápio local escolhido foi a típica carne fresca de festa, a tigelada e as cerejas consumidas em freco. No final, os participantes foram ainda presenteados com um licor de cereja e uma caixinha de cerejas, em jeito de recordação da iniciativa. A satisfação era geral e esta foi, sem dúvida, uma jornada rica em experiências.

De recordar que a iniciativa integra o projeto Beira Baixa Cultural, promovido pela Comunidade Intermunicipal e Municípios que a constituem, sendo cofinanciado pelo Fundo de Desenvolvimento Europeu / Portugal 2020. Esta desenvolve-se até ao final do ano e os três últimos ateliês terão lugar nos dias 28 de setembro, 26 de outubro e 7 de dezembro, nas freguesias de Álvaro (Ateliê do Xisto e Cortiça), Estreito-Vilar Barroco (Ateliê do Linho) e Sobral (Ateliê do Azeite), respetivamente.

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