Não tenho por hábito pronunciar-me sobre questões políticas. Raramente falo sobre os caminhos que os diferentes executivos, entenda-se governos, têm conduzido o nosso pequeno e pobre país.
Poder-se-ia usar em vez de “caminho”, estratégia, mas seria inadequado o termo, pois estratégia pressupõe, uma visão clara de para onde queremos ir, e um plano de como devemos caminhar para lá chegar.
Tenho, deste tempo todo, sossegado a minha preocupação, desde a entrada de Portugal para o projeto europeu e tem sido com a esperança que esse plutão da frente, conduza simultaneamente os destinos dos países da cauda. Confesso ser esse o único sentido de segurança que tem alimentado a fonte de incertezas quanto à capacidade de superarmos os desafios que o mundo nos tem colocado à nossa frente enquanto nação.
Mas uma coisa é a falta de visão, a incapacidade de ver e a falta de coragem de querer ir alem. Outra, é a criminosa inoperância a que se assiste quando se olha para questões como as que mostram fragilidades estruturais que colocam em causa vidas, como foi a ocorrida com os ataques informáticos que causaram a falha de serviços do operador de telecomunicações Vodafone Portugal.
Não me refiro aos prejuízos causados às empresas, ou aos clientes particulares, onde eu me incluo, mas sim a serviços essenciais como a linha de Emergência Médica do INEM, serviços de socorro dos bombeiros, sistema de saúde críticos que poem em risco vidas. Foi tudo isso que ocorreu no passado dia 07 no final do dia. Não porque um operador teve um ataque informático e para o qual, notoriamente estava impreparado, mas porque os nossos governantes, dos sucessivos governos, e aqui são todos responsáveis, sem excepção, não conseguiram assegurar algo tão simples, até aqui como, no caso da infraestrutura das comunicações e dados, a redundância do sistema essencial de emergência como o que referi.
Para tal bastaria, criar como condição de atribuição de licenças aos operadores, a todos os operadores, a obrigação de disponibilizar uma cota de sinal, permanentemente para este tipo de serviços, como fee, sendo este um pressuposto obrigatório, em vez de contribuições estranhas para criação de supostas contas, como foi o caso dos fee´s que financiavam a famosa fundação para as comunicações dos anos 2000-2010´s.
Obrigando, na atribuição das licenças aos operadores, a disponibilizar essa cota de serviço, e manter sempre disponível, garante-se toda a redundância que um país pode apresentar em termos da melhor infraestrutura e know-how que existe e assim dotar sem custos o país da segurança nos serviços críticos que são uma obrigação e dever do estado garantir a todos os cidadãos.
Quantas pessoas morreram por falta de socorro? Quando um minuto pode significar a diferença entre, salvar ou não uma vida, horas sem atender pedidos de socorro em todo o serviço de emergência médica, quantas vidas representou esta quebra de serviço?
Seria possível passar por algo como o ocorrido, se isto tivesse sido feito? Não. Pois dificilmente 3 operadores, não garantiriam a tal redundância, necessária garantir que nunca podemos entregar nas mãos de um, seja qual for a contrapartida e qual deles. É este tipo de indícios, como princípio de boa gestão da coisa pública, que quando não ocorre me faz pensar:
_Serei só eu a ver soluções simples, mas robustas para os problemas graves?
_Serei eu um extraterrestre, ou deus nosso senhor quando distribuiu a inteligência, deu-me a mim, e a mais alguns, escusando-se a dotar estes senhores que nos governam à décadas de tal?!..
_ Ou será que existe outra razão…?! Fica a pergunta.
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