Fundão: Pedida condenação de mulher acusada de queimar filho com ferro de engomar

O Ministério Público pediu hoje, no Tribunal do Fundão, a condenação por dois crimes de violência doméstica da mulher acusada de ter queimado um filho de dois anos com um ferro de engomar, em junho de 2008.

 

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  • Publicado: 2010-03-02 15:38
  • Por: Diario Digital Castelo Branco/Lusa
O Ministério Público pediu hoje, no Tribunal do Fundão, a condenação por dois crimes de violência doméstica da mulher acusada de ter queimado um filho de dois anos com um ferro de engomar, em junho de 2008.

No final do julgamento, após as alegações finais, a arguida reafirmou que tudo não passou de um acidente.

O procurador António Pinto Tomás reconheceu que os crimes de violência doméstica são de "prova difícil" por se darem em ambiente familiar fechado.

Mas, neste caso, considerou que há provas para condenar Maria Alves, de 32 anos, nomeadamente os depoimentos da médica que assistiu a vítima e da assistente social que a recebeu na instituição onde ainda hoje permanece.

O Ministério Público concluiu que a mulher encostou a base metálica de um ferro de engomar quente nas costas do filho Rodrigo por duas vezes e pelo menos uma outra no braço esquerdo, junto ao cotovelo.

A criança sofreu queimaduras de primeiro e segundo graus e só foi levada às urgências hospitalares dois dias depois por funcionárias da creche que frequentava.

O advogado de defesa fez alusão à "vida complicada" da mãe, incluindo uma depressão, e considerou haver má vontade e fragilidades de testemunhas que durante o julgamento a classificaram como uma má mãe.

"Com certeza que terão em conta estes fatores", concluiu perante o coletivo de juízes.

Ainda antes das alegações, funcionárias do jardim de infância frequentado pela criança e a irmã nunca mostraram sinais de maus tratos.

Facto minimizado pelo Ministério Público, com o procurador a recordar o depoimento de uma das técnicas que acompanhou o caso: "As crianças negligenciadas pensam que isso é o comum e já nem se queixam".

O julgamento terminou com Maria Alves a garantir inocência. "Eu não fiz isso", garantiu.

A mãe referiu que Rodrigo sofre de problemas cardíacos e respiratórios e que sempre o acompanhou no Hospital da Covilhã, sinal de que não lhe quer mal. "Se lhe quisesse mal já o tinha deixado morrer nos meus braços", sublinhou.

A leitura do acórdão ficou marcada para dia 09 de março às 14:00.

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