No século XVIII, o termo "Zeitgeist" era empregado para descrever o modo de ser coletivo de uma era, refletindo o pensamento em vigor.
Ele representava uma força dominadora que moldava um fluxo ideológico sem reflexão, um “Espírito Dominante”. Hoje, presenciamos uma dinâmica semelhante, influenciada pelo "Cientificismo", uma corrente que exalta a ciência, porém, equivocadamente, se posiciona como árbitro supremo do conhecimento, relegando outras formas de sabedoria ao segundo plano. Este paradigma, embora fundamentado na busca pela verdade objetiva pode, paradoxalmente, obstruir a própria evolução científica.
Esse processo manifesta-se de forma evidente na área da saúde. Pesquisas preventivas, apesar de seu potencial para salvar vidas, muitas vezes são marginalizadas em favor de abordagens terapêuticas. O imperativo comercial, discretamente, tende a priorizar a lucratividade sobre o bem-estar, visualizando o indivíduo como consumidor, repelindo intervenções que não geram retorno financeiro imediato.
Essa mentalidade de “remediar” não só perpetua o status quo, para alguns zona de conforto, mas também cria uma espécie de rigidez científica, onde questionar o dogma estabelecido é considerado heresia intelectual. Assim como a Igreja medieval uma vez excomungou os dissidentes, o sistema contemporâneo de saúde muitas vezes exclui aqueles que desafiam a narrativa predominante. O medo do banimento profissional e do cancelamento social sufoca a criatividade e a inovação, criando uma cultura de conformidade intelectual.
Desafiar o "Espírito Dominante" requer coragem e comprometimento com a verdade, mesmo que isso signifique enfrentar a oposição de interesses estabelecidos. É somente através da abertura para novas perspectivas e da disposição para questionar a imutabilidade que podemos verdadeiramente avançar como sociedade. O futuro do conhecimento e da saúde depende da nossa capacidade de resistir à complacência intelectual e abraçar uma visão mais ampla e inclusiva do mundo.
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