A abertura da vigésima quarta Feira Raiana foi marcada pela exigência, por parte dos autarcas do norte da região espanhola da Extremadura, da construção do Itenerário Complementar (IC) 31 e da sua ligação a partir da fronteira à autoestrada já existente do lado da fronteira espanhola.
O alcaide de Moraleja, Julio César Herrero Campo, declarou, na cerimónia inaugural decorrida no Centro Cultural Raiano, que “é muito importante reivindicar uma estrutura básica como a conclusão da autoestrada EX-A1 que unirá Madrid a Lisboa e da qual falta terminar 82 quilómetros”, iniciativa acompanhada pelo presidente da Diputación de Cáceres, Miguel Sanchez, que pediu “comunicações justas e apropriadas para o século XXI”.
De recordar que a Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa (CIMBB) e o norte da região espanhola da Extremadura estão a trabalhar na criação de uma Plataforma Europeia, que tem como principal objetivo a conclusão dos 12% de autoestrada de ligação entre as duas capitais ibéricas, Lisboa-Madrid.
A primeira reunião sobre a ideia de criar esta aliança territorial europeia, Norte da Extremadura – Beira Baixa, decorreu numa reunião realizada no município raiano espanhol de Moraleja, no passado dia 13 de Maio, que juntou os municípios portugueses de Idanha-a-Nova e Castelo Branco onde também estiveram presentes o município espanhol de Plasência e associações empresariais e comerciais de ambos os países.
A 27 de Maio a Plataforma reuniu na Câmara Municipal Castelo Branco para continuar a reivindicar a conclusão dos cerca de 70 quilómetros do total de 600 quilómetros que ligam, por autoestrada, Lisboa e Madrid, isto é, a construção do Itinerário Complementar 31 (IC31), de ligação entre a Autoestrada 23 (A23), Alcains e a fronteira das Termas de Monfortinho, concelho de Idanha-a-Nova.
Este antigo projeto, que há vários anos anda para ser concretizado, já tinha sido qualificado de “irreversível” pela ex-ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, “seja qual for o Governo que fique após as eleições de Março”, declarou a governante em Janeiro desde ano.
O concurso para a desenvolvimento do Projeto de execução da futura ligação rodoviária entre Alcains e Termas de Monfortinho já foi publicado em Diário da República. Trata-se de uma nova via que garantirá melhores condições de mobilidade e de segurança, aproximando a Região Centro de Portugal a Espanha.
O projeto integra o Plano Nacional de Investimentos – PNI2030, no âmbito do programa de melhoria das Ligações Transfronteiriças, potenciando o desenvolvimento da mobilidade transfronteiriça e a redução dos custos de contexto, tornando a fronteira um fator de união.
A criação do denominado IC31 – Alcains | Monfortinho será constituído por dois troços distintos, assegurando-se um perfil transversal cuja largura da faixa de rodagem se mantém em toda a sua extensão. Os dois troços a executar são:
IC31 – A23 / Proença-a-Velha
Com cerca de 25 quilómetros, terá início na A23, perto do quilómetro 133, onde será construído um novo nó nas proximidades de Alcains, terminando na zona de articulação com o IC31/EN239, a nascente de Proença-a-Velha.
Por se tratar de um traçado caracterizado pela travessia de diversos núcleos urbanos e habitação dispersa, a solução a executar criará uma nova via alternativa que garanta melhores condições de segurança rodoviária aos automobilistas.
IC31/EN239 – Proença-a-Velha / Termas de Monfortinho
Irá desenvolve-se desde o novo traçado do IC31/EN239, a nascente de Proença-a-Velha, até à Fronteira em Termas de Monfortinho, numa extensão de 35 quilómetros. As intervenções a realizar corrigirão alguma zonas no traçado da EN239, aumentando os níveis de capacidade e segurança rodoviária desta via, o que será conseguido através de:
Harmonização do Perfil Transversal Tipo, preconizando a retificação pontual do traçado onde tecnicamente se justifique;
Construção de uma estrada variante ao aglomerado urbano de Medelim;
Criação de parques de estacionamento em áreas confinantes com a estrada, permitindo a paragem temporária de veículos, assegurando a desobstrução da via com condições de visibilidade;
Reforço e adequação da sinalização, bem como dos equipamentos de guiamento, balizagem e demarcação, e colocação de novas passadeiras de peões;
Reabilitação dos abrigos para paragens de autocarro;
Complementar, reparar e limpar os sistemas de drenagem;
Substituir e completar as guardas de segurança, e introduzir dispositivos de proteção a motociclistas;
Aplicação de guarda-corpos para a proteção de peões;
Trabalhos de integração paisagística, limpeza e revestimento de taludes.
Este concurso visa a contratação do desenvolvimento do Projeto de Execução e tem um preço base de 1,8 milhões de euros. Decorre agora a fase de entrega de propostas.
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