“Reinterpretar de uma forma contemporânea a relação intrínseca entre a indústria e o espaço envolvente” é um dos propósitos da Trienal de Design da Covilhã 2025, que decorre na primavera do próximo ano, entre 21 de março e 21 de junho, com o tema ‘Paisagens Têxteis/ Textile Landscapes’
Na apresentação do programa da Trienal, que decorreu terça-feira, dia 12 de novembro, o Diretor Executivo do evento, Ricardo Gil, apontou a aposta em “criar uma cultura do design profunda e consistente no território”, com base na articulação entre o artesanato e as pequenas e médias empresas, e tendo por base a ideia subjacente das Paisagens Têxteis assente nas componentes física, urbana, rural e social.
Partindo destes propósitos, a Trienal de Design da Covilhã 2025 insere-se no Plano de Ação da Cidade Criativa da UNESCO na área do Design – estatuto que obteve em 2021 –, e que foi o pretexto para o Município Covilhanense lançar o desafio à Ideias Emergentes para avançar com este projeto: “ao sugerirmos a Trienal, com esta periodicidade, indicia a relevância e o impacto que deve ter”, explicou a Vereadora da Cultura, Regina Gouveia.
Destacando que a Covilhã pode dar a conhecer “o seu melhor”, Regina Gouveia também frisou o ‘know-how’ reconhecido à entidade que assina a produção desta iniciativa.
“A Ideias Emergentes traz um olhar diferente, conseguindo reunir e envolver neste evento o melhor que nós temos”, vincou Regina Gouveia.
Por seu turno, Joaquim Pinheiro, da Ideias Emergentes, frisou o objetivo de fazer com que a Trienal aconteça “de forma positiva e com grande qualidade”.
O programa, cujas primeiras iniciativas foram agora dadas a conhecer, inclui várias exposições, uma conferência internacional, residências e intervenções urbanas. Destaque para a exposição internacional “Aqui, agora: Caminhos biorregionais e práticas situadas”, que tem curadoria de Vera Sacchetti e Frederico Duarte e que apresenta uma seleção de projetos exemplares de todo o mundo, os quais refletem as múltiplas formas como os designers evocam, medeiam e ativam os conhecimentos, os recursos e os ecossistemas dos territórios em que se inserem. A conferência internacional, agendada para abril de 2025, trará os protagonistas da exposição internacional à Covilhã, abrindo um diálogo com o contexto local e nacional.
A exposição “The World Wide Things Collection 2.0”, organizada em parceria com a rede mundial de Cidades Criativas do Design, apresenta uma seleção global de projetos que nutrem uma abordagem biorregional ao Design enquanto prática situada.
Três exposições de contexto focam-se no território da Beira Interior através de uma perspetiva de design. A primeira, organizada em cooperação com o Programa Saber Fazer promovido pela Direção-Geral das Artes, apresenta exemplos de design vernacular tanto regional como nacional. A segunda, organizada em cooperação com o Museu dos Lanifícios da Universidade da Beira Interior, foca-se na relação da Covilhã com o design desde um passado pré?-industrial, salientando os temas da cor, do tingimento e das estruturas tecidas a partir do debuxo para promover a sua contribuição para o design têxtil contemporâneo. A terceira, organizada em parceria com a Universidade da Beira Interior, revela o talento de uma nova geração de designers que estudam e ensaiam o futuro da disciplina a partir da Covilhã.
A Trienal também promove várias residências artísticas antes e durante a primavera de 2025. A designer Vivien Tauchmann (Alemanha/Turquia) e? convidada a estar em residência na Covilhã?, onde criara? uma nova intervenção a apresentar em maio 2025. Paralelamente, a Associação Cultural New Hand Lab promove no seu edifício-sede, reconhecido internacionalmente enquanto património industrial transformado em centro criativo, residências de design que aliam o trabalho experimental em diversas áreas do têxtil, a criação com a comunidade e a exploração multimédia. As empresas locais do ramo têxtil “Burel Factory”, “A Transformadora” e “J. Gomes” convidam designers a desenvolver novos projetos sob o mote temático da Trienal no seio das suas instalações e com as suas equipas.
O programa da Trienal é ainda complementado por eventos, visitas guiadas, oficinas e intervenções urbanas, bem como iniciativas que pretendem promover a comunidade de design da cidade e da região. A sua forte componente participativa e lúdica, orientada tanto para as comunidades locais como para os visitantes, tem o objetivo de promover uma “cultura do design” sustentada em pressupostos como a qualidade de vida, a sustentabilidade ambiental, a valorização cultural, a criatividade e o conhecimento.
Subscreva à nossa Newsletter
Mantenha-se atualizado!
© - Diário Digital Castelo Branco. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por: Albinet