A Câmara do Fundão vai testar uma cápsula para quem queira trabalhar num espaço individual camuflado na natureza e o primeiro Eco Work está instalado entre as árvores junto à Casa do Guarda de Alcongosta, na serra da Gardunha.
A primeira de outras cápsulas projetadas para o concelho, no distrito de Castelo Branco, é um protótipo que em breve vai começar a ser utilizado a título experimental, depois de concluído o processo de licenciamento.
"É um protótipo, um projeto puramente experimental, a que chamamos uma cápsula, numa perspetiva de lógicas de trabalho individualizado, com abordagens muito conectadas com a natureza", adiantou à agência Lusa o presidente do município, Paulo Fernandes.
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Segundo o autarca, trata-se de um projeto para testar e que não é para entrar de imediato no mercado.
Forrado por fora a cortiça, com veios a imitar o tronco de uma árvore, como as que tem à volta, discreto na envolvente, o espaço tem uma janela lateral e outra ampla, na parte frente, com vista para a Cova da Beira e para a serra da Estrela, com uma secretária a partir de onde se pode trabalhar num local sossegado e com ligação à Internet.
De acordo com o presidente da Câmara do Fundão, o protótipo vai servir para definir abordagens à rede de Eco Work, que está a ser planeada.
A intenção é esses espaços serem instalados enquadrados com a paisagem e "em sítios pouco prováveis e muito integrados no contexto natural".
Quando o protótipo estiver licenciado, o município está a projetar instalar vários em diferentes locais da serra da Gardunha, mas também junto ao leito de ribeiras e rios, de praias fluviais e outros locais "que tenham uma grande expressão paisagística", enumerou Paulo Fernandes.
"Essas experiências são hoje importantes para a diversificação dos lugares onde se pode trabalhar, nomeadamente nas áreas das tecnologias, mas não só", frisou o autarca.
A Câmara do Fundão já tem em funcionamento uma rede de `cowork` com dez espaços disseminados pelo concelho que atualmente serve cerca de 100 pessoas em permanência ou com presença regular nas instalações.
O último a ser inaugurado, no domingo, com capacidade para oito a dez espaços de trabalho partilhado, "consoante as necessidades", está localizado na antiga Casa do Guarda de Alcongosta, a poucos metros do protótipo do Eco Work.
As obras de adaptação do edifício, que já tinha sido intervencionado, representaram um investimento de cerca de 15 mil euros, suportadas em 80% do valor global pelo Programa de Valorização Económica dos Recursos Endógenos (Provere) INature.
"As pessoas podem ter o seu espaço oficinal, a empresa onde trabalham, a instituição onde trabalham, mas, porque não, um dia, de vez em quando, saírem da sua rotina e poderem trabalhar a partir dos `coworks`?", exemplificou o presidente da Câmara do Fundão.
O presidente adiantou que o número de `coworkers` tem vindo a aumentar e o município tem acordos não apenas dentro do seu ecossistema, mas com outras cidades, para que quem está associado a outros espaços se possa deslocar ao Fundão e possa utilizar os locais de trabalho nas mesmas condições, nomeadamente quem está em turismo.
A utilização da rede de espaços de trabalho partilhado implica o pagamento de 20 euros mensais e a chave digital dá acesso aos dez `coworks` em todo o concelho do Fundão, mas a utilização também pode ser feita à hora.
Paulo Fernandes antecipou que a rede vai continuar a crescer e está prevista a abertura de mais espaços de trabalho partilhado, nas freguesias do Alcaide, Janeiro de Cima e outro no Fundão.