Os Serviços Municipalizados de Águas e Saneamento (SMAS) de Castelo Branco completaram oitenta anos de existência no passado dia 20 de Dezembro. A data foi assinalada numa cerimónia comemorativa, no Centro de Cultura Contemporânea da cidade, que contou com a entrega de medalhas a cerca de 60 trabalhadores dos SMAS com 25 ou mais anos de serviço, como forma de reconhecimento, esforço e dedicação, dando ênfase ao slogan ‘Recordar o passado, apostar no presente e projetar o futuro’.
Em comunicado enviado aos órgãos de comunicação social, a Câmara Municipal refere que “na sessão de abertura, a Administradora, Sónia Mexia, reconheceu que o 80º aniversário é um ‘marco significativo’ para esta instituição que já enfrentou várias transformações e adaptações, mas que 'manteve sempre a essência: servir com dedicação, qualidade e responsabilidade'.
Os SMAS apresentam um 'legado de compromisso com a comunidade e de investimentos contínuos', tendo em vista os desafios do futuro, como as alterações climáticas, as exigências legais europeias e a transformação digital.
Sónia Mexia informou que, no seguimento das comemorações, durante o próximo ano serão feitas diversas iniciativas, ‘estreitando os laços com a comunidade’, entre as quais a realização de uma exposição sobre a história dos SMAS e ações de sensibilização.
Maria José Batista, ex-Administradora dos SMAS e Mandatária da Comemoração do 80º Aniversário, marcou presença na Cerimónia e constatou que 'os Serviços Municipalizados de Águas e Saneamento de Castelo Branco têm uma vida longa, mas não envelheceram', antes pelo contrário, acompanharam a evolução dos tempos e modernizaram-se, através da adoção de sistemas tecnológicos, como o programa AQUAmatrix ou a aplicação myAqua.
Maria José Baptista enumerou alguns dos trabalhos construídos e renovados ao longo destes 80 anos e avançou com números: 829 quilómetros de redes de água, 428 quilómetros de redes de saneamento e 116 quilómetros de redes separativas.
Leopoldo Rodrigues, Presidente da Câmara Municipal e do Conselho de Administração dos SMAS, deu os parabéns e elogiou os trabalhadores dos Serviços Municipalizados, que 'resolvem problemas, às vezes de forma quase invisível, a qualquer hora do dia e da noite'.
No seu discurso, Leopoldo Rodrigues frisou vários investimentos feitos durante este mandato:
• a renovação da frota automóvel, tendo já sido adquiridas 10 novas viaturas, ligeiras e pesadas;
• a construção de 2 locais de abastecimento com a utilização da água dos poços para fins múltiplos: no Cansado e na Quinta das Pedras, que 'já serviram os Bombeiros em duas situações de incêndio', utilizando “recursos naturais que, de outra forma, não seriam utilizados”;
•um conjunto de intervenções 'de grande dimensão e grande impacto'.
* Melhoramentos na Quinta da Carapalha (investimento de cerca de 4 milhões de euros, a iniciar no próximo ano).
* Reabilitação e conservação da Rua de S. Tiago (investimento de cerca de 1 milhão de euros) o Renovação das infraestruturas nas Ruas dos Combatentes da Grande Guerra e dos Bombeiros Voluntários (investimento de 400 mil euros).
* Requalificação do Canal da Avenida de Zhuhai (investimento de cerca de 650 mil euros, a começar no início do ano, que visa 'a renaturalização daquele canal e resolver um problema de estrangulamento de águas no canal').
* Renovação de infraestruturas na Rua de S. José em Malpica do Tejo (investimento de 161 mil euros).
* Renovação das colunas dos ramais de água nas localidades de Grade, Pousafoles, Paiágua e Paradanta (investimento de 121 mil euros).
No comunicado o autarca refere, também, novos desafios a enfrentar no futuro que nos 'devem fazer refletir' e 'reverter o número de toneladas de lixo que levamos para aterros'. Atualmente, o Município paga 52 euros por tonelada de resíduos à Valnor, abaixo do custo de operação. Em 2025, esse valor vai subir para cerca de 86 euros por tonelada de resíduos a colocar em aterro.
As implicações que estes custos poderão ter nos clientes reforçam a importância do projeto de Recolha de Biorresíduos, levado a cabo pelos SMAS, que minimiza esta pegada. Trata-se de um programa 'exemplar, reconhecido por várias entidades', que começou pelos clientes não domésticos (grandes produtores) e já foi alargado aos clientes domésticos.
Em relação aos 80 anos dos SMAS, o Presidente do Conselho de Administração destaca duas decisões estruturantes na sua história:
1 - Construção da Barragem de Santa Águeda / Marateca: permitiu assegurar de forma continuada o abastecimento de água ao concelho de Castelo Branco, sendo que, atualmente, se estende por mais três concelhos: Vila Velha de Ródão, Idanha-a-Nova e Fundão.
2 - Redimensionamento dos SMAS: integração de um conjunto de serviços que estavam na dependência da Câmara Municipal, que foram agregados aos SMAS e que “lhe deram robustez e uma outra dimensão”, melhorando, paralelamente, a eficiência.
Sobre o tema das barragens e das novas possibilidades e novos desafios, Leopoldo Rodrigues deixa claro que, 'enquanto for Presidente da Câmara Municipal, ninguém se atreverá a utilizar a água da Barragem de Santa Águeda / Marateca para rega sem termos alternativas, pois recordamos bem os tempos em que Castelo Branco não tinha água e não podemos, em nenhuma circunstância, pôr em causa o abastecimento de água aos albicastrenses", conclui o comunicado de imprensa da Câmara Municipal.
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