“Este ano foi um ano muito bem conseguido, onde aliámos a performance da venda ao fine tuning da gestão dos nossos hotéis. Tivemos cuidados acrescidos em garantir a organização de todos os sistemas e unidades hoteleiras para melhorar a eficiência operacional,” afirmou Miguel Proença.
Segundo o CEO, uma das principais preocupações do grupo tem sido combater a quebra estrutural de margem na hotelaria, muito afetada pelo aumento dos custos, sobretudo com pessoal. A estratégia da Hoti Hoteis centrou-se em reforçar as vendas e adotar medidas para otimizar a eficiência operacional, permitindo alcançar resultados financeiros sólidos.
Receita aumenta com estratégia de preço
Um dos destaques de 2024 foi o aumento do preço médio. O grupo alcançou um preço médio de 101,2 euros por noite, superando pela primeira vez a barreira dos 100 euros. Esse valor representa um crescimento de 8% em relação a 2023 e de 4% face ao orçamento projetado.
“Foi um ano em que o trabalho ao nível da gestão de receita foi particularmente bem-sucedido. Conseguimos que o preço representasse uma componente mais importante do que a ocupação. Essa tem sido uma preocupação nossa nos últimos anos, visando garantir uma melhor prestação de serviços e limitar o aumento da ocupação, compensando-o com a subida dos preços”, explicou Miguel Proença.
A taxa de ocupação média do grupo em 2024 foi de 73%, ligeiramente abaixo dos 74% registados em 2023. Apesar dessa ligeira queda, o foco na receita por quarto disponível (RevPAR) e na gestão de preços garantiu um aumento significativo das receitas.
Outro indicador que subiu foi o GOP (Gross Operating Profit), que atingiu 47 milhões de euros, 3% acima do orçamento e 11% superior ao valor de 2023. Essa melhoria reflete um trabalho consciente de aumento da margem operacional, com o GOP a representar 42% da receita total do grupo, contra 41% no ano anterior.
Perspectivas para 2025
Apesar do balanço positivo de 2024, o CEO alertou para um possível abrandamento no ritmo de crescimento em 2025. “Todos os negócios são cíclicos e a hotelaria não é exceção”. Ainda assim, o orçamento para 2025 é ambicioso, estimando uma receita entre 123 e 125 milhões de euros, um crescimento sustentado pelas unidades já existentes.