A Cooperativa Pinacoteca e a Associação Raia Gerações, organizaram uma palestra este domingo, 23 de Fevereiro, subordinada ao tema “Cartas Portuguesas de Mariana Alcoforado – Religiosa dos Séculos XVII e XVIII”, no edifício da Associação Desportiva, Cultural e Recreativa (ADCR) de Caféde. O orador convidado foi o alcainense, escritor e filatelista José Geada Sousa.
Das 25 pessoas presentes no evento em Caféde, esteve presente o orador, o representante da Cooperativa Pinacoteca e Associação Raia Gerações, Luís Duque-Vieira, por parte da Direcção da ADCR de Caféde, Cecília Rodrigues, estiveram também presentes pessoas das localidades de Caféde, Póvoa de Rio de Moinhos, Alcains, São Vicente da Beira e Castelo Branco.
José Geada Sousa, gosta de fazer palestras e escrever livros, mas tem uma grande paixão pela filatelia e pelas cartas portuguesas de Mariana Alcoforado.
Mariana Alcoforado, nasceu em Beja no ano de 1640 e faleceu em Beja no ano de 1723, a religiosa alentejana que entrou no Convento das Clarissas de Beja aos 12 anos, provavelmente nunca saiu da cidade alentejana.
Durante a palestra José Geada Sousa, mostrou imagens de diapositivos e mostrou várias edições de livros referente às Cartas Portuguesas de Mariana Alcoforados, dos Séculos XIX, XX e XXI, personagem histórica que foi retratada também em desenhos, pinturas e esculturas.
Aos 16 anos Mariana Alcoforado, veste o hábito de freira religiosa, chegou a ser Escrivã e Vigária do Convento de Irmãs Religiosas, não conseguiu alcançar o cargo de Madre Superior (curiosamente, a Madre Superior era eleita pelas Irmãs dentro do Convento). Mariana Alcoforado, nasceu em 22 de Abril de 1640, 7 meses depois Portugal a partir de um golpe de Estado / revolução torna-se independente, mas o Rei de Espanha, Flipe IV não aceita tal situação e assim avança uma guerra que se vai prolongar até ao ano de 1668, entretanto o Reino de Portugal consegue o apoio do Reino de França e as tropas francesas instalam-se em Beja.
Com os militares instalados em Beja, Mariana Alcoforado conhece um oficial, o Marquês de Chambilly, Noel Bouton de Chambilly (1636-1715), por quem se apaixona, onde surge uma relacção amorosa de ambas as parte, situação que é descoberta, e assim o nobre militar é enviado para França. Na ausência de Beja por parte do Marquês de Chambilly, Mariana Alcoforado escreve 5 cartas ao seu amado francês (fala-se em 12 cartas, mas na realidade terão sido escritas 5 cartas), que não tiveram resposta.
Em 1669 em França, surge o primeiro livro sobre as Castas Portuguesas de Mariana Alcoforado, por Gabriel de Lavergne, Conde de Guilleragues (1628-1685). Desde o Século XVII até aos dias de hoje foram realizadas 500 edições e várias traduzidas em 100 idiomas. Em Portugal, Luciano Cordeiro (1844-1900) escreve o livro em 1888, mas Filinto Eliseu (1734-1819), havia escrito o livro em 1819, José Morão e Vasconcelos, Morgado de Mateus (1758-1825) em 1824 e António Lopes de Mendonça (1826-1865) em 1852.
Jean Jacques Rosseau (1772-1778) pôs em causa a veracidade da Cartas Portuguesas de Mariana Alcoforado, pois não acreditava que uma mulher tivesse capacidade de escrever notáveis cartas de amor.
Mariana Alcoforada é responsável do avanço do pré-romantismo em Portugal, mas a corrente do Romantismo chega a Portugal em 1825 por João Almeida Garrett (1799-1854) e Alexandre Herculano (1810-1877), tendo o Romantismo surgido na actual Alemanha e na Inglaterra em 1770.
O historiador, Leonel Borrela (1955-2017), destacou-se em diversos estudos sobre o património de Beja, nomeadamente as Cartas de Mariana Alcoforado.
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