Castelo Branco: Testemunha estranha trajetória da queda da aeronave que causou dois mortos

Norberto Grancho, arquiteto, e Armindo Fernandes, engenheiro, ambos com cerca de 40 anos, foram as vítimas mortais da queda da aeronave que ocorreu esta tarde, cerca das 18:45, perto do Aeroclube de Castelo Branco.

A aeronave envolvida no acidente era a habitualmente usada na monitorização e apoio à decisão de incêndios florestais, vulgarmente conhecida por “avião da Vodafone”, uma vez que foi esta empresa que a ofereceu ao distrito.

 

 

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  • Publicado: 2010-03-21 23:54
  • Por: Diario Digital Castelo Branco/Lusa
Norberto Grancho, arquiteto, e Armindo Fernandes, engenheiro, ambos com cerca de 40 anos, foram as vítimas mortais da queda da aeronave que ocorreu esta tarde, cerca das 18:45, perto do Aeroclube de Castelo Branco.

Associados do Aeroclube de Castelo Branco presenciaram a queda da aeronave que vitimou os dois ocupantes e consideram que a trajetória foi “estranha”.

“Estávamos na sede e a avioneta passou por cima da pista, já com o intuito de voltar e aterrar. De repente, embicou para o solo”, afirmou António Manuel, praticante de aeromodelismo no Aeroclube.

Os associados, que se encontravam em convívio na sede do Aeroclube, tentaram rapidamente dirigir-se para o local da queda que, em linha reta, não dista mais de 500 metros do hangar.

“Fui eu mesmo que telefonei para o INEM, mas não conseguíamos dar com o local, apesar de temermos logo, pela forma como caiu o aparelho, que seria difícil encontrar alguém vivo”, diz.

“Foi uma coisa estranha, a trajetória que a avioneta teve. É impossível, para já determinarmos o motivo da queda... mas não é normal um avião daqueles cair em bico”, concretiza António Manuel.

O piloto, um dos instrutores do Aeroclube de Castelo Branco, era muito experiente.

No local, o cenário era “horrível” e os corpos encontravam-se no meio de ferros retorcidos, descreve a mesma fonte.

A aeronave envolvida no acidente era a habitualmente usada na monitorização e apoio à decisão de incêndios florestais, vulgarmente conhecida por “avião da Vodafone”, uma vez que foi esta empresa que a ofereceu ao distrito.

Anualmente era estabelecido um protocolo com a EMA - Empresa de Meios Aéreos, para a sua utilização.

A aeronave foi destinada inicialmente à vigilância e esteve sob a alçada da GNR, mas no ano transato ficou à responsabilidade do Aeroclube de Castelo Branco.

Entre junho e setembro, foi estabelecido o protocolo que a colocou nas funções de apoio à decisão de incêndios, respondendo nesse período às ordens de saída do Comando Distrital de Operações de Socorro.

Fora deste período, o ultraleve estaria sob a alçada do Aeroclube que deveria fazer a sua manutenção e mantê-lo em ‘hangaragem’, como refere fonte policial.

Na segunda feira, logo pela manhã, uma equipa do gabinete de investigação do Instituto Nacional de Aeronáutica Civil desloca-se a Castelo Branco para fazer a peritagem do aparelho.

Este é o terceiro acidente aéreo registado em Portugal em 2010. Desde o início de 2009, os acidentes com aeronaves já causaram 13 mortos e 13 feridos.

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