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Artrite reumatóide: Portugal na cauda da Europa no tratamento de doentes - Estudo

Um estudo europeu sobre artrite reumatóide revela que apenas seis por cento dos doentes tem acesso a medicamentos biológicos devido ao preço elevado, quando, segundo um especialista, um quarto dos pacientes necessita desta terapêutica.

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  • Publicado: 2010-04-04 10:54
  • Por: Diario Digital Castelo Branco/Lusa
Um estudo europeu sobre artrite reumatóide revela que apenas seis por cento dos doentes tem acesso a medicamentos biológicos devido ao preço elevado, quando, segundo um especialista, um quarto dos pacientes necessita desta terapêutica.

Esta situação coloca Portugal na cauda da Europa no tratamento destes doentes, revela a mesma investigação.

O estudo, que será apresentado no XV Congresso Português de Reumatologia, a decorrer de 7 a 10 de abril no Funchal, avaliou 31 países europeus - 27 Estados-Membros da União Europeia, Islândia, Noruega e Suíça e Turquia - e analisou o impacto desta doença em termos de epidemiologia e da qualidade de vida do doente.

“A principal conclusão do estudo é que Portugal tem uma prescrição de medicamentos biológicos de cerca de metade da média da Europa”, disse à agência Lusa Jaime Branco, da Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR), na véspera de se assinalar o Dia Nacional do Doente com Artrite Reumatóide.

Jaime Branco adiantou que o “preço muito elevado destes fármacos por comparação com os medicamentos usados anteriormente traduz-se na baixa prescrição [cerca de seis por cento]”, acrescentando que um quarto dos doentes tem indicação para fazer este tratamento.

O estudo revela ainda que o custo médio anual por doente é de 7492 euros, valor que coloca Portugal em 20.º lugar entre 31 países.

O custo médio anual por doente na Europa é de 12 900 euros (nos países da Europa Ocidental é cerca de 15 000 euros e nos países da Europa Central e Oriental é de 3750 euros).

Relativamente ao tempo médio entre a autorização de introdução no mercado e acesso ao mercado, Portugal ocupa o 13.º lugar, entre 17 países, representando a dificuldade no acesso a terapêuticas inovadoras, adianta a investigação.

Segundo a SPR, o despacho número 20510/2008 - que define a dispensa gratuita de alguns biológicos para o tratamento de algumas doenças reumáticas - “não permite neste momento o acesso a todas as terapêuticas biológicas em igualdade de circunstâncias”.

“O que acontece é que outros fármacos com que alguns doentes eventualmente estariam mais bem controlados estão fora deste despacho, potencialmente enviesando a sua prescrição aos doentes”, sustenta.

A SPR defende que, se o despacho fosse alargado a todas as terapêuticas biológicas aprovadas para o tratamento desta doença, doentes e médicos teriam à disposição “todas as opções de tratamento, garantindo que cada doente seja tratado com o fármaco que melhor se lhe adequa”.

Outra conclusão do estudo europeu e que corrobora os dados da EUROSTAT é que há falta de especialistas em Portugal. Estima-se que existam 99 reumatologistas no Serviço Nacional de Saúde, o que significa que há um especialista para cada 107 248 habitantes.

Estes números colocam Portugal nos primeiros cinco países com maior número de doentes por reumatologista.

“O número de reumatologistas deve aumentar na próxima década”, defendeu Jaime Branco, lembrando que, no seu conjunto, as doenças reumáticas são as mais prevalentes, atingindo um em cada três portugueses.

Por outro lado, têm um grande impacto, não só a nível pessoal, como em termos laborais e sócio económicos.

Segundo Jaime Branco, as estimativas apontam para 30 mil casos de doentes com artrite reumatóide, sendo o pico da incidência da doença entre os 40 e os 50 anos.

Esta doença, que tem um prognóstico “muito bom” se for diagnosticada e tratada precocemente, atinge cerca de três mulheres por cada homem, acrescentou.

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