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Castelo Branco: Médicos acusados de homicídio negligente rejeitam responsabilidades em tribunal

 Os dois médicos que começaram a ser julgados no Tribunal Judicial de Castelo Branco, acusados da autoria material de forma consumada de homicídio por negligência grosseira, afirmaram-se inocentes.

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  • Publicado: 2010-04-08 20:59
  • Por: Diario Digital Castelo Branco/Lusa
Os dois médicos que começaram hoje a ser julgados no Tribunal Judicial de Castelo Branco, acusados da autoria material de forma consumada de homicídio por negligência grosseira, afirmaram-se inocentes.

Para o Ministério Público, o ortopedista João Leiria e o assistente de cirurgia João Mago são acusados de “não terem atuado devidamente, pois pelo seu conhecimento podiam ter evitado, ou reduzido, o risco de uma septicemia”, uma infeção grave que acabou, segundo o relatório da autópsia, por ser a provável causa da morte de um homem de 35 anos.

No tribunal, o médico João Leiria lamentou que a autópsia não tenha sido conclusiva quanto às responsabilidades dos clínicos envolvidos em todo o processo.

“Enquanto médico pensei que a autópsia, que era neste caso determinante, nos pudesse ajudar a perceber tudo e até nos ajudar em termos futuros, mas acabou por não esclarecer”, afirmou.

O caso remonta a 30 de julho de 2002, uma dia em que a vítima deu entrada no Serviço de Urgência do Hospital Amato Lusitano, em Castelo Branco, apresentando uma dor na coxa da perna direita. De acordo com o despacho de pronúncia, foi observado, medicado com anti-inflamatórios e regressou para casa, com aconselhamento de repouso.

Nos dois dias seguintes, voltou a dar entrada no hospital e, a 1 de agosto, o ortopedista João Leiria avaliou a situação.

“Observei-o e como não havia qualquer sintoma que indicasse que se tratava de uma situação grave, nem da existência de uma insuficiência hepática”, depois de algumas horas de observação, “como não havia vermelhidão, rubor ou temperatura, foi para casa, com indicação de usar canadianas e meia elástica, para estabilizar”, além da medicação que já tinha, recordou hoje o médico.

Numa nova consulta, a 01 de agosto, João Leiria pediu opinião de outros colegas, entre eles o outro arguido, João Magro, tendo sido discutidas várias hipóteses, como a possibilidade de uma trombose venosa profunda ou síndrome compartimental.

Por isso, a vítima foi encaminhada para Coimbra, onde podiam ser despistadas estas suspeitas.

O paciente regressou a Castelo Branco depois de feitas as análises e foi internado mas na madrugada de 03 de Agosto entrou “em choque”, tendo sido transferido para o Centro Hospitalar da Cova da Beira, onde foi sujeito a uma intervenção cirúrgica, mas acabou por morrer no Bloco Operatório.

Os dois médicos incorrem numa pena que pode chegar aos cinco anos de prisão.

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