O presidente da Câmara de Vila Velha de Ródão, Luís Pereira, disse esta 4ª-feira que está "muito preocupado" com o "chumbo" do teste de resistência à central nuclear espanhola de Almaraz.
O presidente da Câmara de Vila Velha de Ródão, Luís Pereira, disse esta 4ª-feira que está "muito preocupado" com o "chumbo" do teste de resistência à central nuclear espanhola de Almaraz.
"Fiquei muito preocupado com a questão e soube da situação pela comunicação social. Enquanto presidente de Câmara e cidadão, estando Vila Velha de Ródão no raio de influência da central nuclear, fico muito preocupado e acho que isto devia ser esclarecido", afirmou.
A central nuclear espanhola de Almaraz, a mais próxima da fronteira portuguesa, "chumbou" num teste de resistência pedido pela Greenpeace e divulgado na segunda-feira, evidenciando a falta do mesmo tipo de válvulas que permitiu o acidente em Fukushima, Japão.
O autarca sublinha que toda esta situação em torno de Almaraz "não pode ficar sem um cabal esclarecimento".
"Fico chocado depois daquilo que se passou no Japão [acidente nuclear em Fukushima], da lição que tivemos, naquilo que dá muitas vezes subestimar a segurança em matérias tão críticas", disse.
Luís Pereira adiantou ainda que o Governo português, à falta de uma pronúncia das entidades espanholas sobre o assunto, "deve exigir uma explicação, já que Portugal é parte interessada na matéria".
"Estamos a por as coisas para baixo do tapete e esperar que elas se resolvam ou passem despercebidas. Acho que é muito grave e isto não pode ficar sem tratamento. É criminoso deixar que isto fique assim", concluiu.
À Lusa, o responsável pelo núcleo da Quercus de Castelo Branco, Samuel Infante, disse na terça-feira que a central nuclear de Almaraz "está completamente obsoleta" e que "é uma bomba relógio" para a região do interior e para Portugal".
A central nuclear de Almaraz, a funcionar desde o início da década de 1980, está situada junto ao Rio Tejo e faz fronteira com os distritos portugueses de Castelo Branco e Portalegre, sendo Vila Velha de Ródão a primeira povoação portuguesa banhada pelo Tejo, depois de o rio entrar em Portugal.
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