Conceição Leão é a primeira mulher a liderar a centenária Instituição Privada de Solidariedade Social (IPSS), Lar Major Rato, ao ser eleita no passado dia 16 Dezembro, ato eleitoral onde a sua lista foi a única que se apresentou a votos à presidência da Instituição, substituindo Carlos António Lopes no cargo.
A nova presidente tomou posse para o quadriénio 2022-26 este domingo, dia 15 de Janeiro, cuja cerimónia que, para além dos restantes elementos dos Corpos Sociais (Sergio Manuel Castanhas Simões, Andreia Cristina Minhós Barata Gil, João Manuel Gonçalves Reis, Carlos António Lopes, Nuno Miguel Santos Silva, Isaurindo Manuel Rosa Marques, Orlando Almeida Gonçalves Vicente, Nádia Laurinda Gaspar Feijó Fernandes, Sandra Martinho e Mário Pequenão Minhós), contou com a presença da Presidente da União Distrital das Instituições Particulares de Solidariedade Social (UDIPSS) e da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental, (APPACDM) de Castelo Branco, Maria de Lourdes Pombo Costa, da Presidente da Junta de Freguesia de Alcains, Milena Santos, e do Presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues.
Maria Conceição Moura Reis C. Leão, professora da Escola Tecnológica e Profissional Albicastrense (ETEPA) que, apesar de ter nascido em Lisboa, tem origens familiares na Freguesia de Lardosa para onde foi viver ainda criança, residindo atualmente em Alcains, onde contraiu matrimónio, tomou a palavra e começou por saudar todos aqueles já serviram o Lar Major Rato, independentemente da qualidade em que o fizeram desde do início da Instituição até aos dias de hoje."É devido a este passado que os meus Órgãos Sociais, com enorme prazer e satisfação, assumem os destinos da 5ª melhor IPSS do país e que contribui para o prestígio da nossa vila. Também quero cumprimentar e reconhecer o trabalho de todas as colaboradoras e todos os colaboradores do Lar Major Rato". Conceição Leão não se esqueceu de saudar a dedicação da Direção Técnica "que no último quadriénio mostrou que vale a pena trabalhar com pessoas com pessoas assim. Devido à pandemia, o Lar Major Rato passou por momentos atípicos, completamente surreais, e a Direção Técnica deu 'mais que a camisola', deu tudo à Instituição" declarou a nova Presidente. Ao se referir como a primeira mulher a liderar a Instituição, quis deixar claro que" encaro este mandato não como um privilégio mas sim como trabalho, muita dedicação e é com este espírito que todos nós entramos neste projeto. Temos mais metas para atingir e propostas para 'levar a cabo' e por isso contamos com o apoio das autarquias, Câmara e Junta de Freguesia, assim com todos os que nos puderem ajudar, uma vez que é pelo bem comum que fomos eleitos" concluiu Conceição Leão.
Maria de Lourdes Pombo Costa, Presidente da UDIPSS e da APPACDM de Castelo Branco, iniciou a sua intervenção afirmando que “entrei aqui pela primeira vez em 1972, em representação do então Instituto da Família e Ação Social, porque nem sequer a atual Segurança Social existia, quando isto ainda era a Albergaria Major Rato. E é com toda a minha experiência na área que tenho a certeza absoluta que, com estes novos órgãos sociais liderados pela professora Conceição Leão, o Lar Major Rato continuará a ser uma instituição de referência como é hoje, em prol da sociedade, dos que mais precisam, que poderá contar com a União Distrital e com a minha própria pessoa quando precisarem de alguma coisa que esteja dentro das minhas possibilidades” reiterou a Presidente da UDIPSS e da APPACDM de Castelo Branco.
No uso da palavra, Milena Santos, Presidente da Junta de Freguesia de Alcains, começou por agradecer o apoio que o Lar Major Rato presta a todas as pessoas e suas famílias “que por aqui passam. Esta é uma instituição de caris social e é para isso mesmo que ela aqui está, para dar apoio a todos os que dela necessitam. Alcains tem cada vez mais gastos sociais e a Junta de Freguesia em colaboração com esta instituição já tentou resolver algumas situações com os órgãos sociais cessantes e continuará aberta para colaborar sempre que for necessário. A Junta de Freguesia já teve a necessidade de contactar a Direção Técnica desta instituição para resolver os problemas sociais que vão surgindo na nossa vila e sempre nos respondeu positivamente, de portas abertas para minimizar os problemas que vão emergindo”, concluiu Milena Santos.
Já o Presidente da Câmara, Leopoldo Rodrigues, felicitou os novos órgãos sociais da instituição que “tem por objetivo principal servir. Servir desde os mais jovens, aos que têm mais idade. Servir de forma altruísta, que é isso que fazem os membros dos órgãos sociais e servir uma localidade com a importância como a que tem a vila de Alcains, que serve os que cá vivem e, aqueles que não vivendo, acabam por ter no Lar major Rato uma porta aberta, para um lugar seguro e um lugar de bem-estar. Leopoldo Rodrigues referiu-se a uma visita que realizou recentemente à instituição e declarou que “visitei o jardim-de-infância e depois visitamos aqui a estrutura residencial para idosos, e foi muito fácil perceber a dedicação, o brio, e a forma cuidada com que a comunidade é tratada. Se há coisa que me incómoda é chegar a uma à instituição residencial para idosos e teremos que meter os dedos no nariz. Felizmente, pelos diferentes lugares por onde passei, pelos quartos, pelos espaços comuns, pela cozinha, em nenhum momento tive essa necessidade, e isso é um primeiro sinal. É sinal como se trata, como se cuida e da forma que temos brio por aquilo que fazemos”, afirmou o autarca.
O Lar Major Rato é uma estrutura residencial para idosos, fundada em 1859, que possui protocolos com a segurança social e tem ao dispor da população o Centro de dia, o apoio domiciliário centros de convívio e, centro infantil e por fim o lar de idosos com vagas para 131 utentes. O Diário Digital sabe que a seguir à DIELMAR, neste momento, o Lar Major Rato é o segundo maior empregador de Alcains, tendo 79 colaboradores com os idosos e 15 no centro infantil. Tem ainda 4 colaboradores afetos à Segurança Social.
A história desta IPSS, começa com o testamento do Major Duarte Rato (1775 - 1859), escrito um ano antes da sua morte, ocorrida em 17 de Julho de 1859. Logo, em 3 de Agosto do mesmo ano, este testamento foi oficialmente aberto e, através dele, se ficou a saber quais eram as últimas vontades do benemérito.
A vontade expressa de se fundar uma Albergaria para os pobres de Alcains, a quem deixava todos os seus haveres, era bem clara. O Major Duarte Rato, homem de alguma fortuna para a época, morrendo viúvo, com os seus dez filhos todos falecidos, deixou o usufruto dos seus bens a uma nora, com a condição de, após a morte desta, a sua fortuna reverter para a criação de uma Albergue ou Asilo para os mais pobres, de ambos os sexos, de Alcains.
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