'Smart Cities 2020' discutem desafios a incluir no próximo quadro comunitário

A iniciativa ‘Smart Cities Tour 2020’, hoje apresentada, inicia-se na próxima quarta-feira em Valongo, no Porto, e aborda este ano os desafios e as oportunidades mais importantes para os municípios no âmbito da discussão do quadro comunitário Portugal 2030.

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  • Publicado: 2020-02-05 00:00
  • Por: Diário Digital Castelo Branco/Lusa

A quarta edição do 'Smart Cities', organizada pela secção de Cidades Inteligentes da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), promove ‘workshops’ temáticos em seis cidades, com início na próxima quarta-feira em Valongo, terminando em Coimbra, em novembro.

Segundo António Almeida Henriques, vice-presidente da ANMP, que hoje apresentou os temas para este ano, já são 136 os municípios portugueses que pertencem a esta rede de ‘Smart Cities’.

Nestes encontros são partilhadas boas práticas e soluções inovadoras entre os municípios envolvidos, assim como divulgar projetos desenvolvidos a nível nacional.

Sistemas inteligentes nas cidades permitem “uma poupança de 40% no desperdício de água, 50% dos custos com a iluminação das vias públicas e 40% a 80% na fatura com a recolha de resíduos sólidos”, realçou a organização.

O objetivo destas iniciativas é “apostar na inteligência urbana ou na inteligência do uso dos próprios territórios” para diminuir as assimetrias regionais, que se agravam com o despovoamento e a desertificação, a diminuição da natalidade e o envelhecimento das populações, sublinhou.

Almeida Henriques salientou que todas as fases de evolução são importantes nesta rede de cidades, que tem “um grande mérito” de trazer a temática das cidades inteligentes “para o centro do debate das políticas públicas” dos territórios, apesar de reconhecer que entre as cidades aderentes existirem “diferentes velocidades”.

Na sua quarta edição, a ‘tour’ vai passar por seis cidades, começando por Valongo, na próxima quarta-feira, com o tema a “Cidade Circular” e “questões ligadas à água a escassez de água e dos resíduos sólidos urbanos em diferentes vertentes”.

Pelo meio, a ‘tour’ passa por Évora (a 27 de maio, para análise das ‘smart grids’ e energia zero carbono), seguindo-se a Covilhã, onde será abordada a mobilidade sustentável.

“Diria que Portugal já está com 15 anos de atraso em relação à Europa naquilo que se refere a módulos de mobilidade suave e à forma como se encaram os centros urbanos”, disse o presidente da Câmara de Viseu, sublinhando que Portugal tem de “ultrapassar estes 15 anos de atraso”.

O ‘tour’ passa por Monchique, no Algarve, para abordar as possibilidades de utilização de 'smartphones', vai a Oeiras falar sobre inovação inteligente e termina com a Cimeira dos Autarcas, em Coimbra, em 25 de novembro.

A organização prevê ainda ir a Campo Maior “introduzir um tema novo”, que é a coesão territorial e o uso da inteligência urbana para “olhar para os territórios de baixa densidade e ver como é que esses territórios se podem comportar” para fixar pessoas e empresas, utilizando a tecnologia para melhorar a qualidade de vida das pessoas e a eficiência da gestão municipal.

“Vamos começar exatamente em Campo Maior porque achamos que é um bom exemplo do ponto vista do país de como a fixação de uma âncora, neste caso da Delta, teve um fator de modificação de todo um território e o tornou atrativo e traz atrás de si todo um conjunto de dinâmicas”, explicou.

Ao longo destes encontros, a discussão dos temas tem por base um plano de 30 medidas para uma política de cidades assente na inteligência urbana que em maio do ano passado a ANMP identificou como prioritárias para o programa comunitário Portugal 20/30, atualmente em discussão.

Estas 30 medidas subdividem-se nos temas ‘Capital Humano’, ‘Conectividade’, ‘Identidade’, ‘Infraestruturas’ e ‘Dados’.

Os desafios das cidades passam hoje pela participação dos cidadãos, novos modelos de relacionamento destes com os serviços, acesso aos dados, mobilidade, eficiência energética, ambiente e limpeza, os jardins, as florestas urbanas, a recolha de resíduos, o fornecimento e tratamento das águas, a cultura e a educação, além das áreas sociais e proteção civil, entre outras, sublinhou o autarca.

O projeto 'Smart Cities Tour' é desenvolvido pela ANMP e a Nova Cidade – Urban Analytics Lab, em parceria com a Altice Portugal, CTT, EDP e Deloitte.

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