Penamacor: Câmara comemorou 25 de Abril em Sessão Solene

Penamacor assinalou o 25 de Abril com uma Sessão Solene Comemorativa da data no Salão Nobre dos Paços do Concelho. As comemorações arrancaram com uma arruada pela Banda Filarmónica de Aldeia de João Pires, seguida pelo hastear da Bandeira ao toque do Hino Nacional e a interpretação do tema "Grândola Vila Morena", novamente pela Banda Filarmónica de Aldeia de João Pires.

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  • Publicado: 2025-04-25 22:44
  • Por: Diário Digital Castelo Branco

Já no Salão Nobre, decorreu novo momento musical com Carlos de Vasconcelos, seguido da Sessão Solene Comemorativa do 25 de Abril. As comemorações terminam com um último momento musical pelos alunos do Polo de Penamacor da Academia de Música e Dança do Fundão.

Antes do arranque da sessão solene, foi guardado um minuto de silêncio em honra do Papa Francisco, falecido recentemente.

Durante a sua intervenção, Valéria Gonçalves, Presidente da Assembleia Municipal de Penamacor, lembrou que se comemora 51 anos de “um dos momentos mais decisivos da história do nosso país”, o dia em que recuperamos a nossa voz e a nossa liberdade. “Foi o povo que, ao lado dos capitães de Abril, saiu à rua e disse basta”. Valéria Gonçalves lembrou, ainda, que o 25 de Abril de 1974 foi o ponto de partida para um Portugal livre e melhor. “Ganhámos o direito à palavra e ao voto, construímos escolas e hospitais e iniciamos uma longa caminhada para um futuro que sonhámos promissor. Cabe-nos a cada um de nós honrar esta conquista todos os dias, respeitando sempre a liberdade que nos foi conquistada porque a liberdade não é nem nunca será um dado adquirido”, alertou. A Presidente da Assembleia prestou, ainda, uma homenagem a todas as mulheres. “Às nossas avós, às nossas mães, mulheres que viveram o antes e o depois do 25 de Abril e que souberam o que foi crescer num tempo no qual não se podia falar livremente, onde os sonhos tinham medo, em que ser mulher era muitas vezes ser quase invisível, que educaram filhos em tempos de miséria e privação, que trabalharam sem direitos, cuidaram sem descanso, mas que resistiram com dignidade. Abril também aconteceu para cada uma dessas mulheres”. A responsável terminou, afirmando que Abril abriu portas para elas, havendo mulheres hoje em cargos de decisão, mas considerando, no entanto, que não são tantas quantas deviam ser. “Para todas vós mulheres a minha homenagem pela voz que deve e tem que ser ouvida sempre”, disse, defendendo que o poder local é a expressão mais genuína do espírito de Abril porque é feita com o povo, para o povo e junto com o povo.

Já o Presidente da Câmara Municipal de Penamacor, António Luís Beites Soares, defendeu que os “territórios do interior do País são agora territórios de oportunidades, muito diferentes de há umas décadas atrás”, lembrando, porém, que, após o 25 de Abril, se criaram assimetrias e despovoamento no Interior de Portugal. “Há condições como na Saúde e na Educação, novas oportunidades, completamente diferentes do tempo do Estado Novo, mas houve fatores em que fomos quebrando. As análises estatísticas, pelo menos até 2021, revelam que toda a faixa do Interior foi varrida por uma brutal onda de despovoamento. É a nossa realidade, mas olhando para o território, desde 2021, a Beira Baixa tem uma procura completamente diferente, não só em população estrangeira, mas também no sentimento da população flutuante que é diferente”, defendeu, acrescentando que, “se há 20 ou 30 anos, eram poucos os jovens que queriam por cá ficar, hoje são muitos que teimosamente querem cá residir”. “E muitos dos que estão fora, se tivessem oportunidades regressavam. Hoje temos uma qualidade de vida muito superior aos grandes centros urbanos. Apesar disso precisamos de um reforço em vários sectores no território como, por exemplo, do Sistema Nacional de Saúde. Segundo os princípios de Abril, a Saúde devia estar garantida para todos com a mesma igualdade e evoluímos para um caminho em que pode estar condicionada ao ponto de vista económico”. A finalizar, António Luís Beites Soares afirmou que é necessário exigir para estes territórios o que os grandes centros urbanos têm, dando o exemplo das redes de telemóvel e de fibra ótica que não estão disponíveis em alguns lugares do concelho. “Se isto acontecer vão ser geradas novas oportunidades. Estes territórios não estão condenados. Deixo um repto de esperança, paz, liberdade e fraternidade”.

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